O primeiro-ministro da Tailândia, Abhisit Vejjajiva, declarou lei marcial em Bangcoc nesta quarta-feira (7/4), depois que manifestantes da oposição invadiram o parlamento. Com a medida, o exército ganha poder para controlar a segurança, proibir assembleias e reuniões públicas e impor toque de recolher.
Vejjajiva disse que a Lei de Segurança Interna, em vigência desde o dia 11 de março, fracassou em conter os protestos da Frente Unida para a Democracia e contra a Ditadura, grupo mais conhecido como “camisas vermelhas”, que apóia o ex-primeiro-ministro Thaksin Shinawatra, derrubado por um golpe de Estado em 2006 e atualmente exilado.
EFE/Narong Sangnak
Manifestantes pró-Shinawatra, os “camisas vermelhas”, enfrentam a tropa de choque em Bangcoc
O responsável pela aplicação e supervisão da lei marcial será o vice-primeiro-ministro e ministro da Segurança, Suthep Thuagsuban.
A decisão foi tomada após cerca de mil “camisas vermelhas” invadirem o parlamento, interromperem uma sessão e obrigarem ministros e deputados a deixarem o local imediatamente. Alguns saíram de helicóptero. Os manifestantes que estavam no prédio procuravam Suthep para exigir explicações sobre duas bombas lançadas contra eles na noite de terça-feira (6/4), que não deixaram vítimas.
Os manifestantes deixaram o local sem encontrá-lo.
“Suthep tem de assumir responsabilidades e explicar por que ordenou que jogassem as bombas contra nós”, afirmou um dos líderes do protesto.
Crise política
Os protestos contra o governo começaram em meados de março, quando chegaram a reunir 100 mil manifestantes. Os manifestantes exigem a convocação de eleições antecipadas para este mês. O governo tailandês ofereceu novas eleições somente para dezembro, o que foi rejeitado. No sábado passado, os aliados de Shinawatra ocuparam a principal área comercial de Bangcoc para aumentar a pressão, gerando reclamações de comerciantes e empresários.
EFE/Narong Sangnak
Manifestante vestido com bandeira da Tailândia agita outra, do partido de Shinawatra
O exército e a polícia alegam ter evitado o uso da força para conter os manifestantes, o que não criou focos de violência durante as quatro semanas seguidas de protestos na capital.
A Tailândia atravessa uma profunda crise política, fruto da disputa entre seguidores e opositores de Shinawatra. Os “camisas vermelhas” defendem o antigo primeiro-ministro, um ex-coronel da polícia que conquistou o apoio das classes populares com políticas sociais eficazes e uma gestão nacionalista da economia. Em 2006, militares tiraram-no do poder. Em 2008, Shinawatra foi condenado à revelia a dois anos de prisão por corrupção.
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