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Em editorial publicado nesta segunda-feira (06/06), o jornal norte-americano The New York Times afirma que a composição do gabinete de Temer faz “soar falsa” a promessa do presidente interino de que seu governo não irá interferir nas investigações da Operação Lava Jato.
Agência Efe
Segundo editorial do NYT, Michel Temer deveria lançar uma lei para acabar com imunidade de figuras políticas
Segundo o editorial, ao assumir, Michel Temer enfrentou críticas por ter implementado um gabinete de “homens brancos”, com o agravante de que sete de seus ministros estavam envolvidos em casos de corrupção. As nomeações, de acordo com a publicação, levantaram suspeitas de que o afastamento temporário de Dilma Rousseff teria o objetivo de parar com as investigações da Operação Lava Jato.
O editorial cita que, apenas duas semanas de novo governo, as renúncias dos titulares das pastas de Planejamento e da Transparência, Romero Jucá e Fabiano Silveira, forçaram Temer a prometer que o Executivo não iria interferir nas investigações.
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Entretanto, de acordo com o NYT, “considerando os homens com que o Senhor Temer cercou-se, aquilo [sua promessa] soa falso”.
Segundo o jornal, “se o presidente interino quer ganhar a confiança dos brasileiros, muitos dos quais protestaram que o afastamento da senhora [Dilma] Rousseff é um golpe, ele e seu governo devem dar passos significativos contra a corrupção”.
A publicação cita a lei brasileira que dá imunidade a altos funcionários do governo, incluindo parlamentares, e diz que essa “proteção, a qual classifica como “irracional”, permitiu uma cultura de corrupção institucionaliza da e impunidade”, que afeta também outros países da América Latina, como Bolívia, Colômbia, Guatemala e Honduras.
Segundo o texto, “não está claro como o Senhor Temer irá erradicar corrupção. Se ele é sério, e quer acabar com a suspeita sobre os motivos para o afastamento da senhora [Dilma] Rousseff, ele deveria ser sábio e lançar uma lei para acabar com imunidade para legisladores e ministros em casos de corrupção”.