Um novo veículo de resistência contra a mídia hegemônica está para surgir. Impulsionado por diversos movimentos, coletivos, organizações progressistas e sindicatos da América Latina, o Trama Al Sur será um espaço colaborativo para divulgar o que cada movimento ou personalidade está realizando em seu país. O site está no ar em modo de testes e estreia, definitivamente, no dia 21 de setembro.
A ideia do espaço surgiu de uma conversa entre o uruguaio Pablo Silveira e o documentarista argentino Gustavo Carbonell. “Definimos a necessidade de construir um canal social que viabilize e coletivize o que estão fazendo as organizações e os movimentos da América Latina”, disse Silveira.
Em entrevista a Opera Mundi, Silveira afirmou que o Trama será uma plataforma de conexão para que os latino-americanos possam “se encontrar, se ver e se ouvir”. “Creio que temos que defender a história que os setores dominantes em nossas sociedades tentam silenciar para sempre. O Trama nasce de uma necessidade histórica”, declarou.
As publicações do canal social estarão disponíveis em três formatos: texto, áudio e multimídias nas redes sociais. No entanto, há uma página central que o uruguaio defende ser o “coração” do Trama al Sur.
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Publicações do canal social estarão disponíveis em três formatos: escrito, em áudio e em multimídias nas redes sociais
Silveira conta que os conteúdos do canal são separados por tema, como economia solidária, meio ambiente e extrativismo, soberania alimentar, educação popular e outros. O espaço contará com artigos de autores da região, exibição de documentários e filmes de diferentes partes da América Latina e ainda exposição de fotografias.
“Existe um diálogo permanente entre os colegas e o resultado é um entrelaçamento maravilhoso onde a diversidade territorial, cultural e linguística está presente. O Canal Social Latino-americano viaja pelo circuito da solidariedade e do coletivo”, disse.
Para Silveira, o canal é uma forma de ir contra a hegemonia midiática que “estereotipam nossos povos, nossas formas de nos expressarmos, da nossa relação com a natureza e com os povos originários” e também defende uma construção “permanente” de diálogo entre a região.
“É por isso que Trama Al Sur nasceu. Por uma necessidade histórica. Temos uma obrigação do presente e também com nossos antepassados que deram suas vidas por outro mundo possível […] (é necessário) problematizar o presente em busca de um futuro de maior justiça social”, afirmou.