Uma trégua entre as duas maiores organizações criminosas de El Salvador, as facções MS (Salvatrucha) e M18 (Bairro 18), completou hoje 100 dias. O resultado foi uma sensível redução no número de homicídios do país.
Os mediadores do entendimento, o bispo militar Fabio Colíndres e o escritor Raúl Mijango, asseguraram que a decisão das gangues permitiu que fossem poupadas pelo menos 800 vidas.
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Dados das autoridades indicam que, nos dois primeiros meses do ano, a média diária de assassinatos no país chegava a marca de 14. Atualmente, esse indicador se situa na faixa dos cinco homicídios por dia.
O governo afirma que a diminuição da violência também contribuiu para uma elevação da eficácia da polícia no combate ao crime. O presidente Maurício Funes anunciou no último 19 de abril o início de um diálogo para um grande acordo nacional que busque erradicar definitivamente a insegurança no país.
Desde então, Funes realiza encontros com representantes dos partidos políticos, associações empresariais, imprensa, universidades, igrejas e representantes de países e organismos internacionais visando à cooperação com El Salvador no tema.
Detalhou então que o esforço busca atingir “um grande acordo nacional para a paz, a inclusão social e o bem-estar das grandes maiorias”. Dessa forma, pretende dar oportunidades de educação e emprego aos jovens, principalmente nas zonas periféricas.
Os chefes das gangues reconhecem dos presídios do país que representam grande parte do problema de insegurança, embora também localizem causas do fenômeno de criminalidade na pobreza e na exclusão social. As facções criminosas manifestaram seu desejo de se tornar parte da solução.
O bispo Colíndres informou que, como parte das celebrações dos primeiros 100 dias da trégua, serão celebradas missas em duas das 19 penitenciárias do país.