Atualizado às 18h25
Três dos sete agressores suicidas mortos na onda de atentados em Paris da última sexta-feira (13/11) eram franceses, anunciaram as autoridades da França e da Bélgica neste domingo (15/11).
Os ataques à mão armada e as explosões suicidas ocorreram em um curto intervalo de tempo em ao menos seis localidades diferentes da capital francesa, entre elas, o Stade de France e a casa de shows Bataclan. Segundo o último balanço oficial, as ações coordenadas deixaram 129 mortos e 352 feridos.
EFE
Clima da sexta-feira foi de apreensão e muitas ambulâncias após os atentados suicidas na capital francesa
À Associated Press, a polícia belga confirmou neste domingo que dois homens-bomba tinham origem francesa e moravam em Bruxelas. Além disso, acrescentou que havia um francês entre as sete pessoas presas nas últimas horas na Bélgica sob suspeita de terem colaborado com os ataques em Paris.
“Dois franceses que moravam em Bruxelas estão entre os agressores que morreram no local [do crime]. Ademais, dois carros registrados na Bélgica foram achados em Paris, um próximo ao Bataclan e outro perto do [cemitério] Père Lachaise”, afirmou o escritório da procuradoria belga em comunicado.
A divulgação da nacionalidade dos dois suicidas franceses que viviam no país vizinho ocorre poucas horas após as autoridades de Paris terem anunciado a identidade de outro homem-bomba de origem francesa na capital: Ismael Omar Mostefai, de 29 anos.
EFE
Soldados fazem patrulha de bairros parisienses depois dos ataques suicidas de sexta-feira
De acordo com a Agence France-Presse, Mostefai atuou no massacre na casa de shows Bataclan e foi identificado graças a um dedo encontrado na cena do crime. Ao menos seis familiares de Mostefai foram detidos nesta madrugada para interrogatório policial.
Nesta tarde, a polícia francesa lançou uma ordem de captura contra um homem identificado como Abdeslam Salah por seu suposto envolvimento nos atentados. Segundo a nota divulgada pelas forças de segurança, Salah tem 26 anos, nasceu em Bruxelas e mede 1m75 de altura. O texto alerta aos cidadãos que, caso alguém o veja, não deve interpelá-lo, porque se trata de um “indivíduo perigoso”.
Carro no subúrbio
Em meio às investigações, um carro que supostamente foi utilizado por um dos terroristas em Paris foi localizado na manhã deste domingo em Montreuil, cidade limítrofe com a capital francesa, disseram fontes da investigação à Agência Efe.
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O veículo, um Seat Leon, foi localizado com um arsenal composto por vários fuzis kalashnikov em seu interior. Segundo o procurador-geral francês, François Molins, várias testemunhas já haviam denunciado a presença de um Seat Leon preto nos tiroteios contra bares perto da Praça da República de Paris, na sexta.
O carro foi visto junto a um restaurante na rua Charonne, onde houve 19 mortos, e em um bar da rua da Fontaine au Roi, onde cinco pessoas foram assassinadas. A descoberta do carro no subúrbio de Paris reforça a pista de que os terroristas que utilizaram o Seat Leon fugiram.
EFE
Carro de suspeitos achado em subúrbio levanta hipótese de que alguns agressores conseguiram fugir
Suspeitos
No sábado, a procuradoria francesa confirmou que sete suspeitos de terrorismo morreram nas ações, sendo que três deles faleceram nas redondezas do Stade de France, outro alvo dos jihadistas. Segundo Molins, os atentados parecem ter sido feitos por três times coordenados de jihadistas.
No estádio nacional parisiense, situado na periferia da capital, ocorria um amistoso entre França e Alemanha, quando extremistas detonaram seus coletes de explosivos. Além dos homens-bomba, uma pessoa morreu por conta dos ferimentos no local. O presidente do país, François Hollande, estava no estádio e foi rapidamente evacuado.
Ontem pela manhã, o Estado Islâmico reivindicou autoria dos atentados. O grupo extremista sunita culpa a França por 'insultar o profeta, lutar contra o islã e atacar muçulmanos no Califado com seus aviões', em referência a ataques aéreos na Síria. Segundo a organização, Paris ainda é o seu “principal alvo”.