Três médicos da comitiva cubana de 65 pessoas que chegou ao Chile em março para colaborar nos atendimentos às vítimas do terremoto ocorrido em fevereiro decidiram abandonar a delegação e ficar no país.
Segundo a Associação Solidariedade com Cuba, desertaram os médicos Argelio Alberto Santana Cano, o traumatologista Joel Hernández de León e o técnico anestesista Orlando Campusano, que integravam a comitiva “Henry Reeve”. Nenhum deles solicitou asilo até o momento.
O porta-voz da associação, Dagoberto Hernández, afirmou que Santana Cano comunicou-o de sua decisão. “Ele me escreveu um email e me confirmou que ficará, é uma decisão dolorosa para ele”, disse Hernández, conforme reportou a rádio Cooperativa.
“Não estamos de acordo com a forma com que estão fazendo [a saída de Cuba] porque há mecanismos para migrar ao Chile, mas entendemos as razões de índole pessoal pela qual tomaram a decisão”, manifestou a associação.
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A embaixadora de Cuba no Chile, Ileana Díaz-Argüelles, atestou que “o importante a destacar é o resultado da brigada que veio prestar sua colaboração. Os que decidiram não voltar à pátria [o fizeram por] uma decisão pessoal, mas o importante é que a maioria retorna”.
Questionada pela rádio sobre os motivos para permanecer no Chile, a diplomata respondeu que “isso depende de cada pessoa. Há pessoas que valorizam mais as coisas materiais”.
A brigada “Henry Reeve” chegou ao Chile em 2 de março para colaborar em dois hospitais de campanha, e sua permanência, inicialmente, duraria apenas três meses. Porém, devido a pedidos do ministério da Saúde chileno e à aceitação do governo cubano, a equipe médica foi autorizada a ficar por mais seis meses no país.
Os médicos cubanos já realizaram mais de 3.000 cirurgias e atenderam cerca de 80.000 pessoas. O terremoto de 8,8 graus na escala Richter que atingiu o Chile em 27 de fevereiro deixou 118.355 casas inabitáveis e prejudicou mais de 195.000 pessoas. O abalo, sucedido por inúmeras réplicas e tsunamis, foi considerado um dos mais fortes e deixou um total de US$ 20 bilhões em prejuízos.
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