O 74º Tribunal Municipal de Bogotá decidiu, nesta sexta-feira (04/08), que Nicolás Petro e sua ex-esposa, Daysuris Vásquez, devem responder em liberdade ao processo que enfrentam por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito.
A medida ocorre poucas horas depois do depoimento de Nicolás, no qual ele afirma que teria arrecadado dinheiro de grupos narcotraficantes para a campanha eleitoral de seu pai, o presidente Gustavo Petro.
A decisão permitiu a soltura de Nicolás e Daysuris, mas também impôs a eles uma proibição de deixar a cidade de Barranquilla, onde foram capturados pela polícia colombiana, no sábado passado (29/07). Também não poderão participar em reuniões políticas e terão de assistir às diligências determinadas pela Justiça e pela Procuradoria.
A Procuradoria colombiana afirmou que o benefício de responder o processo em liberdade foi outorgado após o testemunho de Nicolás envolvendo a campanha do pai, o que teria permitido inclui-lo em um programa de colaboração com a Justiça, similar ao que ocorre com a delação premiada no Brasil.
Reação do presidente
Na mesma sexta-feira, o presidente Gustavo Petro disse, em um evento com movimentos camponeses, que “não é a primeira vez que tentam utilizar cicatrizes familiares, algumas vão cicatrizar, outras talvez nunca, mas é claro que tentaram utilizar todas as debilidades para abrir caminho e derrubar o primeiro governo popular da Colômbia”, afirmou.
Foi a segunda vez que o mandatário se manifestou publicamente sobre o caso. No dia da prisão de Nicolás, ele publicou uma mensagem em suas redes sociais dizendo que “jamais levei meus filhos ao crime. Minha vida política está em função da justiça social e da paz na Colômbia. O único que posso recomendar ao meu filho é a dignidade, a verdade, não se ajoelhar diante do carrasco jamais”.
Twitter Gustavo Petro
Presidente colombiano negou envolvimento com os crimes pelos quais seu filho é acusado
Petro também falou sobre as pressões da oposição para que ele renuncie ao seu mandato em função do caso envolvendo seu filho.
“Tenham a absoluta certeza de que esse governo termina de acordo com o mandato popular, de ninguém mais, e é bom que isso fique claro na Colômbia, não há ninguém que possa acabar com esse governo que não seja o povo”, garantiu o presidente.
O mandatário recebeu o apoio da vice-presidente Francia Márquez, que publicou uma mensagem em suas redes sociais, dizendo que tem “total confiança em um projeto que não procura colocar travas nem fazer acusações para entorpecer a Justiça”.
Partidos aliados a Petro, entretanto, afirmam que o 74º Tribunal Municipal de Bogotá não recebeu as provas que sustentam a acusação da Procuradoria contra o presidente.
Segundo esses setores, os procuradores possuem provas documentais apenas contra Nicolás e Daysuris, e o único elemento contra o mandatário seria o depoimento de seu filho.
Com informações de TeleSur.