Uma equipe de supervisão da troika, formada pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), a Comissão Europeia e o BCE (Banco Central Europeu), chega esta semana a Atenas para monitorar as reformas prometidas pelo governo do primeiro-ministro Lucas Papademos.
Segundo explicou à Agência Efe um porta-voz do Ministério das Finanças grego, a equipe irá preparar o terreno para a ida dos chefes da missão, prevista para quinta-feira (19/01). As impopulares reformas exigidas pela troika são focadas no combate à evasão fiscal, cortes no déficit público e a redução dos custos do trabalho.
Em troca, a Grécia receberá um novo empréstimo de 130 bilhões de euros. O governo já anunciou que não fará mudanças no salário mínimo, apesar das pressões do representante do FMI na troika, Poul Thomsen. Mas patrões e sindicatos aceitaram se reunir nesta terça-feira (17/01) para estudar a redução dos custos trabalhistas não vinculados diretamente aos salários.
As medidas de ajuste econômico estão gerando uma forte contestação social no país. Foi convocada para amanhã uma greve numa região de Atenas que pode provocar paralisações no transporte urbano, portos e aeroportos.
Outro aspecto que a troika considera indispensável para recuperar a economia grega é o perdão de 50% (cerca de 206 bilhões de euros) da dívida do país por parte de instituições financeiras privadas. Nas negociações mantidas até agora, as partes não chegaram a um acordo sobre as taxas de juros, o vencimento e a lei que regerá os bônus depreciados, que substituirão os atuais por meio de um complexo processo de troca conhecido como Participação do Setor Privado (PSI, por sua sigla em inglês).
O Executivo alertou que se não receber crédito europeu, poderá suspender os pagamentos em 20 de março, quando terá que desembolsar 14.400 bilhões de euros em vencimentos de dívida e juros. Por isso, e devido ao fato do país se encontrar fora dos mercados de dívida a longo prazo, Atenas continua com sua estratégia de financiamento a curto prazo.
Nesta terça, serão vendidos 1.250 bilhões de euros em dívidas em letras do Tesouro para três meses, segundo o Ministério da Economia. Em uma entrevista à cadeia norte-americana CNBC, Papademos disse hoje que abandonar o euro e voltar ao dracma “não é uma opção” para a Grécia e se mostrou seguro de que seu país cumprirá os compromissos estabelecidos.
NULL
NULL
NULL