O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira (22/08) que fará “mudanças drásticas” na estratégia militar do país no Afeganistão, porque retirar as tropas teria efeitos “inaceitáveis”, mas não revelou quantos soldados enviará para uma guerra que já dura quase 16 anos.
“Não vamos falar de números de tropas, nem sobre os nossos planos de atividades militares”, disse Trump em um discurso à nação sobre a nova estratégia no Afeganistão e nos países vizinhos, feito na base militar de Fort Myer, no estado da Virgínia.
Vários veículos da imprensa norte-americana tinham antecipado que Trump anunciaria um aumento de aproximadamente 4.000 soldados, que se juntariam aos 8.400 que já estão no Afeganistão, mas o presidente não deu nenhum número e anunciou que manterá parte de sua estratégia em segredo.
“Um pilar central da nossa nova estratégia é a mudança de um enfoque baseado no tempo para outro baseado nas condições. Eu disse muitas vezes o quão contraproducente é para os EUA anunciar com antecedência as datas em que esperamos iniciar ou encerrar nossas operações militares”, opinou Trump.
“As condições sobre o terreno, não os prazos arbitrários, guiarão nossa estratégia a partir de agora. Os inimigos dos EUA jamais saberão nossos planos (…). Não direi quando vamos atacar, mas atacaremos”, acrescentou o presidente.
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Agência Efe
Trump falou em 'nova estratégia militar' para o Afeganistão
Trump afirmou que, assim que chegou ao poder em janeiro e encarregou ao Pentágono uma revisão sobre a estratégia no Afeganistão, seu “instinto original era uma retirada” das tropas que permanecem no país asiático um ano e seis meses depois do término das operações de combate da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
“O povo americano está cansado de guerras sem vitória (…) e eu compartilho desta frustração” com “a guerra mais longa da história” do país, a do Afeganistão, declarou Trump.
Não obstante, o presidente americano opinou que “as consequências de uma retirada rápida são previsíveis e inaceitáveis”, pois isto “criaria um vazio que os terroristas, entre eles o Estado Islâmico (EI) e a Al Qaeda, preencheriam rapidamente, como ocorreu antes de 11 de setembro” de 2001.
“Em 2011, os Estados Unidos se retiraram o mais rápido possível e equivocadamente do Iraque, e nossos custosos avanços caíram novamente nas mãos dos inimigos terroristas”, o que “proporcionou um refúgio seguro ao EI para se expandir”, argumentou Trump.
“Não podemos repetir no Afeganistão o erro que nossos líderes cometeram no Iraque”, disse o presidente dos EUA, se referindo ao ex-mandatário Barack Obama.