Atualizada às 16h27
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (19/03) que pretende nomear o Brasil um “aliado extra-Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte]” e abriu a possibilidade de designar o país um “aliado da Otan”. O anúncio foi feito durante coletiva de imprensa realizada na Casa Branca ao lado do presidente brasileiro Jair Bolsonaro, que está em visita oficial a Washington.
“Eu pretendo incluir o Brasil como um aliado extra-OTAN ou, quem sabe até um aliado na OTAN para combater o narcotráfico e o tráfico de pessoas”, disse o mandatário norte-americano.
Um “aliado extra-Otan” é uma categoria definida pelos EUA para reunir países aliados das Forças Armadas norte-americanas e da instituição. Porém, eles não ocupam a posição de membro da Organização.
São considerados “aliados extra-Otan” nações como Austrália, Israel, Coreia do Sul, Japão, Filipinas, Argentina, Marrocos, Afeganistão, Nova Zelândia e Tunísia. Ao contrário de membros da Otan, a categoria não prevê um acordo de defesa mútua com os EUA, mas concede às nações facilidades militares e financeiras.
OCDE
O presidente norte-americano voltou a afirmar que apoiará a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento (OCDE).
Por sua vez, o mandatário brasileiro disse que “O apoio americano ao ingresso do Brasil à OCDE será entendido como um gesto de reconhecimento que marcará ainda mais a união que buscamos”.
Desde 2017, o Brasil busca ingressar na Organização, mas tem sido barrado por Washington. Para fazer parte da OCDE é necessário implementar uma série de medidas econômicas de caráter liberal.
Os chefes de Estado ainda falaram sobre parcerias econômicas entre as duas nações. Trump destacou sua “admiração com a visão de Bolsonaro para o setor privado” afirmando que é o caminho correto “para o Brasil avançar no crescimento econômico e nossas empresas estão prontas para ir quando a mesa estiver posta”.
O mandatário dos EUA ainda citou a assinatura do acordo de salvaguardas tecnológicas para o uso comercial da base militar de Alcântara, localizada no Maranhão, dizendo que está comprometido em “reviver o orgulho americano no espaço e estamos agradecidos pela parceria do Brasil nisso”.
Venezuela
Bolsonaro e Trump também discutiram parcerias para continuar a pressão sobre o governo venezuelano de Nicolás Maduro. O presidente dos EUA, se dirigiu aos militares da Venezuela e pediu que os oficiais “deixem de apoiar Maduro”, a quem chamou de “um fantoche de Cuba”.
Trump ainda disse que o “crepúsculo do socialismo chegou no continente e no nosso país”, destacando que “a última coisa que queremos nos EUA é socialismo”.
Jair Bolsonaro classificou o governo de Maduro como uma “ditadura” e afirmou que o governo venezuelano “faz parte de um organização chamada Foro de São Paulo que esteve próximo de conquistar o poder em toda a América Latina”.
Questionados se uma intervenção militar seria uma alternativa escolhida pelos EUA, Trump voltou a dizer que “todas as opções estão sobre a mesa”, enquanto Bolsonaro disse que “algumas estratégias não podem ser comentadas em público”.
Palácio do Planalto
Anúncio foi feito durante coletiva de imprensa realizada na Casa Branca ao lado do presidente brasileiro Jair Bolsonaro