TSE da Guatemala suspende oficialização dos resultados do primeiro turno eleitoral
Autoridade eleitoral acatou decisão da Corte Constitucional, que deferiu pedido realizado por três partidos, incluindo uma das candidaturas que foi ao segundo turno
Nesta segunda-feira (03/07), uma semana depois de ter oficializado os resultados do primeiro turno das eleições presidenciais da Guatemala, o Tribuna Supremo Eleitoral (TSE) do país anunciou a suspensão desses mesmos resultados, situação que coloca em dúvida a continuidade do pleito.
Na verdade, o TSE apenas acatou uma decisão proferida neste domingo (02/07) pela Corte Constitucional guatemalteca, que exigiu uma segunda revisão dos resultados de diversas mesas eleitorais durante o primeiro turno, em concordância com denúncias de fraude apresentadas por três partidos: a Unidade Nacional da Esperança (UNE), da candidata de centro-esquerda Sandra Torres; o Vamos, do atual presidente Alejandro Giammatei e do seu candidato, Manuel Conde; e o Valor, da candidata de extrema direita Zury Ríos Sosa, filha do ex-ditador Efraín Ríos Montt (1981-1983).
A decisão do tribunal constitucional incluiu o prazo de uma semana para o TSE revisar as mesas denunciadas pelos três partidos reclamantes e entregar um parecer que revalide ou não os resultados apresentados no dia posterior ao do primeiro turno eleitoral.
Vale lembrar que o segundo turno das eleições presidenciais está programado para o dia 20 de agosto. Contudo, caso a revisão dos resultados tarde mais de uma semana, essa data poderia ser revista.
Reclamantes de esquerda e de extrema direita
A presença de Torres na lista de reclamantes é o fator mais inusitado, já que ela foi a mais votada do primeiro turno, com 15,3% dos votos, e tinha garantida sua vaga para a disputa final, contra o ambientalista Bernardo Arévalo, do Movimento Semente (também de centro-esquerda), que obteve 12,1%.
Prensa Libre Guatemala
Resultados eleitorais na Guatemala foram suspensos por decisão da Corte Constitucional, acatada pelo TSE local
Entre os demais reclamantes, o governista Conde ficou em terceiro lugar, com 7,8% dos votos, enquanto a extremista Zury Ríos, que chegou a liderar algumas pesquisas, amargou a sexta colocação, com apenas 6,7%. A diferença deles para Arévalo, o segundo colocado, é 250 mil e 290 mil votos, respectivamente.
A medida da Corte Constitucional, corroborada pelo TSE, também suspendeu o resultado das eleições legislativas, vencidas pelo partido governista Vamos, que conquistou 39 cadeiras no parlamento unicameral do país, seguido pela UNE, que elegeu 28 representantes, e pelo Movimento Semente, que ficou com 23.
O Congresso da Guatemala é composto por 160 membros, sendo necessários 81 votos para alcançar uma maioria simples.
Vale destacar que a Corte Constitucional já havia interferido nas eleições em ao menos duas outras oportunidades.
Em março, esse tribunal cassou a candidatura da líder indígena Thelma Cabrera, do Movimento pela Liberação dos Povos, partido de esquerda mais ligado às organizações sociais da Guatemala. Dois meses depois, em maio, o ultraliberal Carlos Pineda, maior influencer do país, também teve sua chapa impugnada.
Com informações de TeleSur.