Um tremor de cerca de 8 graus na escala Richter provocou uma série de tsunamis que matou pelo menos 100 pessoas nesta quarta-feira (30) em ilhas do Pacífico Sul. Na Samoa e na Samoa Americana (esta um território dos Estados Unidos), as ondas gigantes deixaram ao menos 90 mortos. Em Tonga, 10 pessoas faleceram. Os feridos são cerca de 150, disseram autoridades.
Os serviços de resgate iniciaram as buscas por corpos e sobreviventes, mas há dificuldades por conta das inundações de vilarejos inteiros e dos danos ao sistema de telecomunicações. Mais tarde, autoridades do arquipélago de Samoa lançaram um novo alerta de tsunami. “As sirenes tinham parado de tocar após policiais alertarem para nos movermos em direção lugares altos e longe do mar, quando houve um novo alerta de tsunami, disse Cherelle Jackson, morador da capital. “Começou tudo de novo.”
O representante de Samoa no Congresso dos Estados Unidos, Eni Faleomavaega, diz que milhares de pessoas ficaram desabrigadas. “Foi um terremoto, que provocou uma onda de 4,5 metros de altura. Algumas áreas estão pouco acima do nível do mar, então é possível imaginar a destruição”, disse. O número de mortos deve crescer assim como o de feridos vindos das regiões costeiras, segundo autoridades de Samoa.
O Instituto Geológico dos EUA cancelou um alerta de tsunami para o Pacífico, dirigido, em particular, a Nova Zelândia, ilhas Fiji, Polinésia Francesa e Tonga. Stuart Weinstein, do centro de tsunamis do Pacífico, afirmou que este tsunami tem apenas 3% da energia do de 2004, que matou cerca de 200 mil pessoas.
O tremor, cujo centro foi localizado a cerca de 50 quilômetros de profundidade – distância relativamente baixa -, ocorreu às 14h48 de terça-feira em Brasília. O epicentro fica 180 quilômetros ao noroeste de Hihifo, em Tonga, e 200 quilômetros ao sul-sudoeste de Ápia, em Samoa. Terremotos pouco profundos causam mais danos que outros com epicentro a muitos quilômetros de profundidade.
As ilhas Samoa incluem duas entidades separadas. A Samoa Americana possui 65 mil habitantes e é ligada aos EUA. Já o Estado Independente de Samoa foi protetorado da Alemanha de 1900 até a 1ª Guerra Mundial. Administrado pela Nova Zelândia até 1962, conquistou a independência e elegeu um Parlamento. Tem população de 179 mil pessoas.
Vilarejo desaparece
Na Samoa Americana, o neo-zelandês Graeme Ansell disse a uma rádio local que o vilarejo de Sau Sau Beach Fale tinha varrido pelas águas. “Não sobrou nenhuma construção. Nós todos subimos as colinas e um dos nossos quebrou uma perna. Teremos muita gente em dificuldade por aqui.”
A capital da Samoa Americana, Pago Pago, também sofreu com as águas, embora com prejuízo menor, deixando alguns carros e destroços na lama. Faltou energia elétrica e as linhas de telefone estavam congestionadas após o terremoto.
O governo da Nova Zelândia divulgou comunicado para alertar que “existe uma ameaça de um tsunami poderoso impactar a costa”. Não havia informações imediatas sobre danos depois de as primeiras ondas após o terremoto atingirem a orla. A Defesa Civil neozelandesa recomendou distância das praias.
Obama ajuda
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu a liberação imediata de recursos para socorrer a Samoa Americana. “O presidente declara nesta noite que ocorre um grande desastre no território da Samoa Americana e ordenou ajuda federal para apoiar os esforços locais e territoriais de ajuda na zona afetada por um terremoto, um maremoto e inundações”, diz um comunicado da Casa Branca.
Duas equipes de gestão de crise foram mandadas por Obama ao território americano no arquipélago; uma de planejamento de gestão e outra para dar apoio aos afetados.
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