Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), anunciou que o governo da Turquia mudou seu posicionamento e resolveu dar encaminhamento ao protocolo de adesão da Suécia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Horas antes, também nesta segunda-feira (10/07), o presidente da Turquia, Tayyip Erdogan, havia condicionado a entrada do país escandinavo à aliança militar à admissão da Turquia na União Europeia.
Stoltenberg publicou em sua rede social após uma reunião na capital lituana de Vilnius, sede da próxima cúpula da Otan na terça-feira (11/07) e quarta-feira (12/07):
“Fico feliz em anunciar que, após a reunião que organizei com Erdogan e (o primeiro-ministro da Suécia) Ulf Kristersson, o presidente Erdogan concordou em encaminhar o protocolo de adesão da Suécia à Grande Assembleia Nacional o mais rápido possível e garantir a ratificação. Este é um passo histórico que torna todos os aliados da Otan mais fortes e seguros”.
Twitter / Jens Stoltenberg
Erdogan, Stoltenberg e Kristersson selaram acordo para adesão da Suécia à Otan
O impasse entre a Turquia e a Suécia vem de longa data. Para o governo turco, o governo sueco permite em seu território membros do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) – grupo considerado como terrorista pela Turquia, Estados Unidos e União Europeia – e é conivente aos protestos anti-islâmicos de extrema direita.
Para convencer Erdogan, a Suécia alterou suas leis, no início deste ano, tornando crime participar destes grupos. Contudo, o chefe de Estado turco não se contentou. E seguiu resistindo à adesão Estocolmo até está segunda-feira (10/07).
Para mediar os conflitos e pressionar Erdorgan, o conselheiro de segurança nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, falou com autoridades na Turquia e na Suécia.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também telefonou para o presidente turco. Biden tinha como meta a admissão da Suécia à Otan durante a reunião em Vilnius, sob o discurso de que isso fortalecerá a aliança.