Após um dia violento de confrontos na Ucrânia em que pelo menos três pessoas morreram, a oposição lançou um ultimato ao presidente do país, Victor Yanukovich. Líderes pró-UE contrários ao governo ucraniano afirmaram que o presidente tem 24 horas para renunciar e convocar eleições antecipadas.
Os manifestantes e a tropa de choque da polícia ucraniana chegaram na manhã desta quinta-feira (23/01) a um acordo para trégua. Decidiu-se esperar os resultados das negociações entre oposição e governo do país. A trégua permanecerá em vigor até as 20h locais (16h, horário de Brasília).
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Agência Efe
O centro de Kiev amanheceu em meio a fumaça e cinza dos confrontos e incêndios de quarta (22/01)
Ontem, uma longa reunião entre o presidente e três dos principais líderes opositores terminou sem consenso. A falta de acordo entre os dois lados faz crescer a suspeita de que a tensão deve voltar a níveis preocupantes, após a capital Kiev ter amanhecido relativamente tranquila nesta quinta.
Um dos dirigentes opositores, o ex-boxeador Vitali Klitschko, ameaçou avançar novamente contra os cordões policiais. “Temos que lutar. Eu vou lutar com vocês. Se tivermos que enfrentar balas, eu vou encará-las”, disse o ex-lutador à multidão em Kiev.
Agência Efe
Dia de protestos e enfrentamentos violentos teve pelo menos três mortes na Ucrânia
Yanukovich, por sua vez, pediu que os opositores se reúnam de novo com ele quando o primeiro-ministro, Nikolai Azárov, cuja renúncia é pedida insistentemente pela oposição, retorne do Fórum de Davos, na Suíça.
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A oposição, citando fontes de seus serviços médicos, afirma que até agora houve cinco mortos nos protestos, enquanto o Ministério do Interior confirmou só a morte de dois manifestantes e informou a detenção de 70 pessoas durante os distúrbios que explodiram no domingo.
Agência Efe
O boxeador Vitali Klitschko (centro) discursa em palanque junto a outros líderes da oposição ucraniana
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Panorama
Desde novembro, a Ucrânia tem vivido uma onda de protestos depois que o governo Yanukovich se recusou a assinar um acordo com a União Europeia. Desde então, milhares de pessoas saem às ruas diariamente para criticar — e também apoiar, principalmente no começo dos protestos — a decisão do presidente. Yanukovich argumenta que o acordo proposto pelo bloco europeu criaria dificuldades para a parcela mais pobre da população de seu país.
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Para tentar conter a crise, a Ucrânia assinou um acordo comercial com a Rússia em que Moscou autoriza o envio de US$ 15 bilhões (R$ 35 bilhões) à Ucrânia. A proximidade ou não do vizinho russo também é um elemento importante para a oposição ucraniana pró-UE e os manifestantes que tomaram as ruas de Kiev.