O líder da cidade separatista de Donetsk (DPR), Denis Pushilin, anunciou neste sábado (19/02) um decreto de mobilização geral na região afirmando que as tropas do exército ucraniano preparam um ataque contra a região. Horas depois, a mobilização também foi declarada na cidade de Lugansk.
“Peço aos meus compatriotas que estão nas reservas para irem aos escritórios de registro e alistamento militar”, disse Pushilin em um comunicado. “Apelo a todos os homens da república que possam portar armas para defender suas famílias, seus filhos, suas esposas e suas mães. Juntos alcançaremos a vitória que todos queremos e precisamos”, afirmou.
O comunicado vem em meio à escalada de tensão entre a Rússia e a Ucrânia, colocando a região fronteiriça do Donbass (onde ficam Donetsk e Lugansk) como zona estratégica no conflito. Ambas as cidades reclamam independência do território ucraniano.
Após alegarem que o governo ucraniano prepara um ataque às cidades separatistas, as lideranças da região ordenaram a evacuação de civis para o lado russo da fronteira nesta sexta-feira (18/02). Jà neste sábado, Pushilin afirmou que qualquer que seja o cenário, os separatistas serão capazes de deter a agressão de Kiev.
O chefe do Ministério de Situações de Emergência de Lugansk, Evgueni Katzavalov, informou que 25 mil pessoas deixaram a região em seus próprios carros. O funcionário especificou que uma coluna organizada está sendo formada para evacuar outros 10 mil cidadãos nos próximos dias.
Já as lideranças de Donetsk afirmaram que já foram evacuadas mais de 6 mil pessoas para a Rússia, incluindo mais de 2 mil crianças.
Wikicommons
Autoridades do Donbass alegam que o governo ucraniano prepara um ataque às cidades separatistas
Biden volta a falar em invasão, e Kremlin nega
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, voltou a dizer nesta sexta-feira que está “convencido” de que a Rússia vai invadir o território ucraniano nos próximos dias.
“Temos motivos para acreditar que as forças russas atacarão nos próximos dias, especificamente a capital ucraniana de Kiev”, afirmou o democrata durante pronunciamento na Casa Branca, enfatizando que o presidente russo, Vladimir Putin, já tomou a decisão de invadir.
Biden reforçou que, se a Rússia atacar o território ucraniano, “pagará um preço muito alto por isso”. No entanto, “nunca é tarde para a diplomacia”.
Também nesta sexta-feira, o chanceler russo, Sergei Lavrov, atacou altos funcionários ocidentais que têm promovido rumores sobre a suposta ameaça de uma invasão russa na Ucrânia. Aparentemente, eles o fazem pelo “puro prazer de acusar Moscou”, disse.
“Estou certo de que mesmo as pessoas com um leve interesse na política externa estão convencidas de que tudo isso é propaganda, falsidades e ficção”, afirmou, sugerindo que os autores dessas afirmações simplesmente desfrutam do que fazem.
*Com RT e Ansa