O Parlamento Europeu oficializou nesta quarta-feira (05/07) a suspensão da imunidade parlamentar do deputado catalão Carles Puigdemont, que é perseguido na Espanha pelos delitos de rebelião, sedição e alta traição contra a pátria.
A medida acatou decisão anunciada nesta mesma quarta pelo Tribunal Geral da União Europeia (TGUE), a qual o parlamentar afirmou que pretende recorrer.
Puigdemont enfrenta problemas na Justiça desde 2017, após liderar a onda de manifestações ocorridas na Catalunha em setembro daquele ano, quando ele era governador da região autônoma do Nordeste da Espanha.
O movimento resultou em um referendo independentista, realizado em outubro daquele mesmo ano, e cuja vitória da opção separatista levou a uma declaração de independência unilateral por parte do governo de Puigdemont.
No entanto, nem o presidente (naquele então, o conservador Mariano Rajoy), nem o rei da Espanha (naquele então, Juan Carlos I) reconheceram a legitimidade do referendo, razão pela qual o governador foi processado pela Justiça do país.
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Líder independentista catalão Carles Puigdemont vive em exílio na Bélgica desde 2019
Ainda em 2017, Puigdemont fugiu para a Bélgica, onde obteve asilo político. O governo espanhol tentou negociar com Bruxelas um acordo para extraditar o político, mas as conversas foram interrompidas em 2019, quando o líder independentista foi eleito como um dos representantes da Catalunha no Parlamento Europeu, cargo que ocupa até hoje.
O foro privilegiado do qual gozava como parlamentar era o instrumento que livrava Puigdemont das investidas espanholas para retomar os trâmites de sua extradição. Com a decisão do TGUE, o caminho fica livre para que Madri volte a colocar o tema em pauta.
A imprensa catalã, no entanto, acredita ser pouco provável que essa medida se concretize antes das eleições gerais espanholas, marcadas para o dia 23 de julho.
Vale lembrar que Puigdemont também é presidente do partido social liberal Juntos Pela Catalunha, de centro-direita, que disputará as próximas eleições gerais, embora sem um candidato presidencial, já que seu eleitoral está restrito à sua região.
O partido de Puigdemont tampouco manifestou preferência por alguma outra candidatura, visto que os principais nomes da direita a nível nacional são fortemente contrários ao movimento independentista catalão.
Com informações de La Vanguardia e TeleSur.