Em um desfile cívico-militar em homenagem ao aniversário de um ano da morte de Hugo Chávez, o presidente Nicolás Maduro afirmou que a denominada “Revolução Bolivariana” continua em pé. O discurso se dá em meio a um período de protestos opositores em alguns municípios do país, iniciados no mês de fevereiro.
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“Diziam as forças agoureiras da direita apátrida (…) que uma vez que nosso comandante não estivesse, a revolução não durava uma semana, não durava um mês, e assim estiveram apostando. Mas aqui estão, a um ano da partida de nosso comandante-chefe, aqui está a revolução bolivariana de pé, vitoriosa, em luta, mobilizada em batalha, rumo ao socialismo bolivariano, cristão e chavista”, disse o chefe de Estado, interrompido por aplausos e palavras de ordem, completando: “Mais unidos que nunca”.
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Agência Efe
O presidente Nicolás Maduro, em desfile homenageando Chávez, aparece ao lado so colegas latino-americanos Evo Morales e Raúl Castro
Para Maduro, Chávez foi o “grande democratizador” da vida política do país no período republicano e o “redentor dos pobres”. O presidente afirmou ainda que a lealdade da população ao falecido líder foi demonstrada desde sua ausência. “Hoje podemos dizer que neste primeiro ano de sua partida, o povo da Venezuela cumpriu, missão cumprida comandante Hugo Chávez, a lealdade se praticou, se provou, foi vitoriosa”, expressou.
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Maduro agradeceu a presença dos presidentes da Bolíva, Evo Morales, de Cuba, Raúl Castro, do Suriname, Desiré Bouterse, do vice-presidente argentino, Amado Boudou, do chanceler equatoriano, Ricardo Patiño, e do assessor internacional da presidência do Brasil, Marco Aurélio García, entre outros representantes de delegações internacionais.
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Durante seu discurso, o presidente venezuelano também informou que responsáveis por tentar obstruir túneis e estradas em pelo menos quatro cidades do país foram detidos — com “armas de guerra”, bombas molotov, pólvora —, e postos à disposição do Ministério Público do país. “Foram capturados chefes desta barricada violenta e fascista (…) e imagino que ninguém vai sair a defendê-los, não?”.
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Maduro, que argumenta que grupos de direita estão interessados em desestabilizar o país para uma intervenção estrangeira, disse que não aceita nenhum intervencionismo na Venezuela. Sem fazer referência direta ao país, mandou um recado ao Panamá, que na última semana solicitou uma reunião da OEA (Organização dos Estados Americanos) para discutir a situação venezuelana. Maduro afirmou que organização tem uma história “nefasta” de 60 anos de golpes de Estado.
Agência Efe
Nicolás Maduro acena do carro presidencial, durante o desfile cívico-militar que homenageou o líder Hugo Chávez, morto há um ano
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“Vou responder com força e contundência qualquer tentativa de qualquer governo da América de se meter nos assuntos internos da Venezuela. Não aceito intervencionismo na Venezuela e peço o apoio do povo (…) Estou avaliando nas próximas horas uma resposta muito contundente a um governo lacaio que está conspirando abertamente contra a pátria venezuelana.”, disse Maduro.
O presidente também ressaltou iniciativas como a Celac (Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos), a Unasul (União de Nações Sul-americanas) e a Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), dizendo: “Esse é nosso caminho”.