A União Africana apelou nesta quinta-feira (04/01) à calma e ao respeito mútuo entre a Etiópia e a Somália, após o acordo marítimo formalizado esta semana entre a Etiópia e a Somalilândia.
Num comunicado, o presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat, exortou os dois países vizinhos a não optarem pela escalada e a começar sem demoras um processo de negociação. O texto acrescenta ser imperativo respeitar a unidade, a integridade territorial e a soberania plena de todos os Estados.
Também os Estados Unidos apelaram ao reconhecimento pleno da soberania da Somália e advogaram um diálogo diplomático.
O vizinho Jibuti, por meio do qual transitam quase 95% das exportações e 80% das importações etíopes, deplorou esta nova escala de tensão no Corno de África.
Daoud Houmed, porta-voz da maioria presidencial, em declarações à RFI, disponibilizou-se, enquanto presidente em exercício da comunidade regional, a IGAD, a mediar esta crise entre etíopes e somalis.
Em causa estão os 20 kms do litoral da Somalilândia atribuídos à Etiópia por 50 anos num regime de leasing.
A Somalilândia que tinha em 1991 proclamado unilateralmente a independência. Até ao momento sem reconhecimento internacional, ela obteria, desta feita, o reconhecimento da vizinha Etiópia.
Flickr