Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como presidente eleito da Costa do Marfim, participará no dia 10 de março (quinta-feira) de uma reunião do Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) em Adis Abeba, Etiópia.
Ouattara, que se encontra protegido por tropas da ONU em um hotel de Abidjan, anunciou o encontro pessoalmente aos jornalistas após receber o presidente da Comissão da UA, Jean Ping, que também convidou para a reunião Laurent Gbagbo, derrotado nas eleições presidenciais de 28 de novembro, mas que não aceitou o resultado e se negou a abandonar o poder.
Ping, que chegou neste sábado a Abidjan acompanhado pelo comissário para a Paz e a Segurança da UA, Ramtane Lamamra, visitou também o presidente do Conselho Constitucional marfinense, Paul Yao N'Dré, parente de Gbagbo em um organismo formado por seus aliados, a quem também convocou para o encontro da próxima semana em Adis Abeba.
Nem Gbagbo nem Yao N'Dré fizeram comentários sobre o convite dos governantes africanos.
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A visita de Ping, que não fez declarações na Costa do Marfim, ocorreu após a reunião realizada na sexta-feira em Nouakchott, Mauritânia, pela Comissão de cinco presidentes designada pela Cúpula da União Africana no final do janeiro para resolver o conflito.
Ouattara foi reconhecido pela comunidade internacional como presidente eleito da Costa do Marfim de acordo com os resultados do pleito divulgados pela Comissão Eleitoral, que foram certificados pela Operação das Nações Unidas no país (Onuci).
No entanto, Gbagbo recorreu a seus partidários do Conselho Constitucional, que anularam quase um milhão de votos de zonas do norte do país onde Ouattara teve grande maioria e lhe deram a vitória, apesar da rejeição internacional.
Ping visitou a Costa do Marfim dois dias depois que as Forças de Defesa e Segurança (FDS), que apoiam Gbagbo, dispararam com armas pesadas contra uma manifestação pacífica de mulheres partidárias de Ouattara e mataram sete delas, segundo a ONU.
Embora as FDS tenham negado taxativamente ter disparado contra as mulheres, a emissora de televisão dos partidários de Ouattara divulgou imagens nas quais é possível ver os militares atirando contra a manifestação.
Enfrentamentos entre as FDS e as Forças Novas, que apoiam Ouattara, ocorrem há mais de uma semana na região oeste do país. Em Abdijan, os combates ocorrem em alguns bairros. As Forças Novas são a guerrilha rebelde e opositora a Gbagbo que não se desarmou no final da guerra civil (2002-007) e que controla o norte do país.
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