Questionado sobre as recentes negociações de acordo entre União Europeia e Mercosul, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, afirmou nesta segunda-feira (12/02) que é “sempre a favor do livre comércio”.
“Ele favorece o crescimento, as relações entre os países e a paz. Ficar fechado em si mesmo não faz a economia crescer”, disse o chanceler, acrescentando que “este trabalho deve ser feito, mas é preciso paciência”.
As declarações proferidas por Tajani foram dadas pouco depois que o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, manifestou avanços no tratado que começou a ser negociado há mais de 20 anos.
“As negociações estão prosseguindo e o foco está em garantir que o acordo atinja os objetivos de sustentabilidade da UE, respeitando simultaneamente as sensibilidades do setor agrícola”, disse o líder europeu.
O progresso no pacto internacional de livre comércio ocorre em meio a uma onda de protestos tanto por agricultores contrários ao “excesso de regulamentação da União Europeia na área ambiental” como também daqueles que se sentem ameaçados com a abertura do mercado e maior competitividade com produtos sul-americanos.
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União Europeia avança nas negociações de acordo de livre comércio com Mercosul
Obstáculos para acordo
Apesar de revelar que autoridades como o presidente francês Emmanuel Macron, o líder alemão Olaf Scholz e o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez “apoiaram o acordo”, Dombrovskis acrescentou, no entanto, que as condições para que o pacto seja concretizado “ainda não foram reunidas”.
Vale lembrar também que uma das principais dificuldades está na aprovação do texto por parte dos parlamentos europeus, já que algumas nações adotam políticas muito protecionistas e temem a competição com os países-membros do Mercosul.
Os recentes protestos na Europa provam isso. A população francesa, que usufrui de uma das principais produtoras agrícolas do país, sempre mostrou resistência ao acordo por receio de que a Europa seja “inundada por matérias-primas alimentares de países sul-americanos com preços mais competitivos”.
Sobre as cotas de importação previstas no Mercosul, a União Europeia deixou claro que vem cuidando de “calibrar o nível de acesso” dos produtos, indicando que no setor de carne bovina, a quantidade de importação será de 99 mil toneladas, em comparação com os 200 mil atuais.
(*) Com Ansa