Após uma reunião pré-G20 com o primeiro-ministro grego, George Papandreou, em Cannes, líderes europeus disseram que a Grécia não receberá o próximo lote do pacote de resgate da União Europeia até que coloque um ponto final nas incertezas e concorde em cumprir seus compromissos com a zona do euro.
“A União Europeia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) não podem entender que haja um sexto lote de ajuda se o acordo não for cumprido e se as incertezas não forem eliminadas”, disse o presidente francês, Nicolas Sarkozy.
A chanceler alemã Angela Merkel afirmou que o resgate só poderá ser liberado se a Grécia aceitar todas as partes do acordo estabelecido na cúpula da zona do euro de 27 de outubro e se o referendo proposto pelo governo grego significar a aceitação ou não em continuar na zona do euro.
Merkel insinuou que a zona do euro está pronta para uma eventual saída da Grécia. “Queremos que a Grécia continue, mas nosso primeiro dever é um euro estável”, afirmou. “Precisamos de um euro forte, com ou sem a Grécia. O referendo é, em essência, sobre a questão de se a Grécia quer ou não ficar na zona do euro”.
Reunidos em Cannes, um dia antes do início da Cúpula do G20, tanto Sarkozy quanto Merkel ressaltaram que a zona do euro não pode se manter em um ambiente de incerteza prolongada.
Referendo
Em declarações à televisão grega em Cannes, Papandreou garantiu rapidez aos líderes europeus e mencionou o dia 4 de dezembro como possível data para a realização da consulta popular.
Outra questão debatida no encontro desta quarta-feira é a pergunta que será realizada aos eleitores gregos no referendo. Em seu discurso à imprensa, Merkel disse que a pergunta deve deixar claro “se a Grécia quer ou não quer continuar na zona do euro”.
No mesmo sentido, o presidente francês se referiu à incerteza sobre o sentimento popular na Grécia em relação à permanência na zona do euro. “A questão que se coloca é sobre o futuro europeu da Grécia: o país quer ou não ficar na zona do euro? Queremos que assim seja e faremos o possível para que assim seja, mas é o povo que deve se pronunciar”.
“O princípio do referendo é legítimo, mas não podemos nos manter em uma incerteza prolongada”, destacou Sarkozy em tom agressivo. “Se é para haver referendo, que seja feito o mais rápido possível”.
Já Papandreou, em suas declarações à televisão grega, respondeu indiretamente ao eixo franco-alemão ao mencionar a pergunta que será feita no referendo: “Queremos permanecer na zona do euro ou não?, esse é o desafio”.
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