No mesmo dia em que a União Europeia anuncia o envio de uma pacote financeiro para a Ucrânia, nesta segunda-feira (24/01), a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) também comunicou uma remessa de armamentos bélicos para o país do leste europeu.
As medidas acontecem em meio ao aumento de tensão entre a aliança militar, os Estados Unidos e a Rússia.
Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, a Comissão Europeia aprovou um pacote de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 7,5 bilhões) para a Ucrânia, afirmando que o bloco “está ao lado” de Kiev, buscando uma “solução para a crise”.
“A Ucrânia é um Estado livre e soberano e a UE está ao seu lado e está firmemente empenhada na solução da crise. Contamos com o Conselho e o Parlamento europeu para a adoção dessa assistência financeira de emergência o quanto antes”, disse.
Após o anúncio, o presidente ucraniano, Volodomyr Zelensky, agradeceu a atitude da UE. “Sou grato a Ursula von der Leyen pela rápida decisão da UE de conceder 1,2 bilhão de euros em assistência macrofinanceira à Ucrânia. A Ucrânia forte é a chave para a segurança europeia e a UE mostra, mais uma vez, seu apoio forte à Ucrânia”, escreveu no Twitter.
Também nesta segunda, a Otan informou que está “colocando suas forças em alerta e enviando navios e caças para o leste europeu”. A medida foi tomada, de acordo com a aliança militar, “para reforçar a nossa capacidade de defesa, enquanto a Rússia continua a aumentar a própria presença militar dentro e fora da Ucrânia”.
Na sexta-feira (21/12), cerca de 90 toneladas de equipamentos norte-americanos foram enviados ao país. Os russos criticam, entre outros pontos, o expansionismo da Otan sobre o leste da Europa nas últimas décadas, e afirmam que não vão atacar o “povo ucraniano”.
Por sua vez, os países ocidentais acusam Moscou de estarem prontos para uma invasão a qualquer momento.
A situação na fronteira entre os dois países esquenta depois que as reuniões entre norte-americanos, Otan e russos não tiveram resultados, já que as partes defendem divergentes interesses.
Wikicommons
Novo pacote aprovado pela Comissão Europeia é de 1,2 bi euros; aliança militar, por sua vez, disse que está colocando suas forças em ‘alerta
Além disso, o porta-voz presidencial russo, Dmitry Peskov, disse nesta segunda que Kiev está concentrando muitas forças e equipamento militar na linha de contato em Donbass, região que abriga duas repúblicas separatistas, o que, segundo ele, indica a preparação de ações ofensivas.
“Tais ações da Otan e o aumento de atividade da Aliança nas proximidades de nossas fronteiras não podem ser ignoradas pelos nossos militares, que são responsáveis pela segurança de nosso país”, afirmou Peskov.
Saída de diplomatas
Entre a noite deste domingo (23/01) e a madrugada desta segunda, os Estados Unidos ordenaram a retirada imediata das famílias dos diplomatas e de funcionários não essenciais da Ucrânia. Além disso, o Departamento de Estado publicou orientações para que os norte-americanos não façam viagens não essenciais para a Rússia nesse momento.
O Reino Unido também anunciou a saída dos funcionários não essenciais da embaixada de Kiev por conta da “ameaça crescente” da Rússia na relação com os ucranianos. No entanto, a nota oficial ressalta que a sede consular continuará funcionando para serviços essenciais.
Já o alto representante da União Europeia para Política Externa, Josep Borrell, informou que “a menos que o secretário norte-americano de Estado, Antony Blinken, tenha a nos dizer algo importante, os funcionários da União Europeia não têm programadas evacuações da Ucrânia”.
Borrell ainda reforçou que os europeus não vão anunciar um novo pacote de sanções contra os russos porque isso será um ação “com nossos parceiros: EUA, Canadá e Reino Unido”.
Kiev criticou a decisão de Washington e Londres de retirar os funcionários, considerando a medida como “prematura”.
“Com todo o respeito ao direito dos Estados estrangeiros de garantir a segurança de suas missões diplomáticas, nós consideramos essa medida como prematura e excessiva”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Oleg Nikolenko.
(*) Com Ansa e Sputnik News.