* Atualizada às 15h22
A ministra italiana das Relações Exteriores, Emma Bonino, anunciou na tarde desta quinta-feira (20/02) que a União Europeia vai impor sanções à Ucrânia por causa da escalada da violência – até as 14h30 (horário de Brasília), já haviam sido registradas mais de 100 mortes só hoje, de acordo com setores da oposição citados pela Agência Efe.
Agência Efe
Confrontos em Kiev já deixaram mais de 100 mortos só hoje, diz oposição
Entre as sanções, está o bloqueio de emissão de vistos e de dinheiro para o país. O impedimento dos vistos será para pessoas determinadas, apesar de o órgão não ter uma lista completa de quem não poderá entrar na União Europeia. As medidas completas serão anunciadas nas próximas horas.
A decisão causou reações imediatas de Moscou. Segundo o porta-voz da chancelaria russa, Alexander Lukashevich, as ameaças de sanções são “inapropriadas” e servirão para piorar o conflito. Por sua vez, o chanceler russo, Sergei Lavrov, chamou a punição europeia de “chantagem”.
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“Precisamos primeiro saber quem é realmente responsável pela violência em Kiev”, afirmou o chanceler holandês, Frans Timmermans. Ele diz não ter dúvidas de que pessoas têm sido mortas por forças do governo. “Mas também está claro que há pequenos grupos radicais do lado oposicionista, que são responsáveis pela violência excessiva”, complementou.
Os ministros das Relações Exteriores de Alemanha (Frank-Walter Steinmeier), França (Laurent Fabius) e Polônia (Radoslaw Sikorski) se reuniram com Yanukovich hoje durante mais de quatro horas, para propor ao presidente ucraniano um roteiro que ponha fim ao conflito, que já dura três meses.
Os três representantes devem prolongar a estadia até sexta, na tentativa de obter avanços na negociação de uma saída política para a crise no país. Além disso, a proposta europeia inclui uma reforma da Constituição e a instauração de um governo de transição. Após o encontro com Yanukovich, os três ministros europeus se reuniram com os líderes da oposição para apresentar as propostas.
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Aumento de mortes
A oposição ucraniana estimou que há mais de cem mortos nos violentos confrontos registrados desde terça-feira (18/02) na capital ucraniana e que voltaram a se intensificar hoje em Kiev — um dia após o anúncio de trégua entre governo e oposição. O Ministério da Saúde, entretanto, confirma o falecimento de 67 pessoas — incluindo 13 policiais —, sendo que 11 delas morreram em hospitais. As autoridades governamentais também estimam em mais de mil os feridos nos protestos.
Além disso, o Ministério do Interior diz também que os opositores capturaram 67 soldados ucranianos. No comunicado emitido pelo governo, não há informações sobre a identidade dos supostos detidos, mas o ministério advertiu que, “para a libertação de seus colegas, as forças de segurança têm o direito de empregar todos os meios que a lei permite, incluindo armas”.
Efe
Número de mortos para a oposição está acima de 100; já para o ministério do Interior, foi confirmada a morte de 67 pessoas
Em meio a confrontos violentos, Viktor Yanukovich, havia anunciado na quarta ontem medidas mais duras para reprimir os manifestantes. Além da troca da chefia das Forças Armadas do país por um militar tido como de linha mais dura, as forças de segurança ucranianas anunciaram também o lançamento de uma “operação antiterrorista” em todo o território nacional contra os grupos extremistas que participam dos protestos violentos.
Na quarta-feira (19/02), os EUA já haviam anunciado o cancelamento de vistos “responsáveis pela violência em Kiev”, sem, no entanto, citar nomes, logo após o presidente Barack Obama afirmar que “”haverá consequências se as pessoas ultrapassarem a linha” no país.