O Uruguai comemorou ontem (14) os 25 anos da libertação dos últimos presos políticos da ditadura militar do país (1973-1985), entre eles a do atual presidente, José Mujica.
A data foi relembrada com uma série de atos que pediram a anulação da Lei da Caducidade, que anistiou repressores civis e militares, apesar da norma ter sido ratificada em dois referendos, sendo que o último foi realizado em outubro do ano passado.
Os atos centrais ocorreram no Memorial dos Presos Desaparecidos e em parques da capital do país, Montevidéu. Os eventos contaram com apresentações musicais e cantos populares. No sábado à noite, também foi realizada uma vigília na Plaza Cagancha.
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Em ocasião da data, a Associação Crysol, que reúne ex-presos, publicou um comunicado ressaltando que é “é inadmissível” a “impunidade” dos repressores.
Em 14 de março de 1985, ocorreu a libertação dos últimos presos políticos pela ditadura, no âmbito da Lei de Pacificação Nacional, aprovada dois dias antes pelo governo democrático de Julio Sanguinetti (1985-1990).
A libertação dos presos começou em 10 de março e, nesse dia, 173 homens, entre eles Mujica, e 20 mulheres abandonaram as celas, sendo que em 12 de março outras 16 pessoas foram soltas.
O atual mandatário uruguaio, que tomou posse no último dia 1, integrou, entre os anos 60 e 70, a guerrilha urbana Movimento de Libertação Nacional-Tupamaros.
Uma investigação histórica realizada pela Universidade da República uruguaia apontou que durante a ditadura militar é provável que tenha havido 116 mortes, 172 desaparecimentos e 5.925 prisões políticas, incluindo as de 69 crianças que nasceram no cárcere ou foram detidas junto com seus pais.
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