O ministro das Relações Exteriores do Uruguai, Rodolfo Nin Novoa, anunciou nesta terça-feira (24/09) a retirada do país do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca (TIAR) e condenou a aplicação do mecanismo como tentativa de ataque à Venezuela.
O chanceler uruguaio afirmou que a administração do Uruguai avalia denunciar este “plano intervencionista” diante da Organização dos Estados Americanos (OEA). “Nos retiramos do tratado por completo, não conducente, pelo uso inapropriado”, disse o representante da diplomacia uruguaia.
De acordo com a resolução aprovada em Nova York pelos países que integram o TIAR, o “território venezuelano foi convertido em refúgio, com a complacência do regime ilegítimo, de organizações terroristas e grupos armados ilegais, como o Exército de Liberação Nacional, Grupos Armados Organizados e outros, que armazenam a seguridade continental, violando as obrigações estabelecidas na Resolução 1373 de 2001 do Conselho Nacional das Nações Unidas”.
No entanto, Novoa alertou que esta é uma estratégia que pretende somente legitimar uma intervenção armada na Venezuela. “Nós vamos nos opor à execução deste mecanismo, pelo menos em sua fase extrema, que é a intervenção direta em conflito venezuelano”, disse o chanceler.
Agora, o Tiar conta com 16 signatários, uma vez que Bolívia, Equador, México, Nicarágua, Venezuela e agora o Uruguai já se retiraram do pacto. O governo da Venezuela decidiu sair do Tiar em 2012, porque considerava que a ativação do tratado ilegal.
UN Geneva
Rodolfo Nin Novoa afirmou que TIAR é uma estratégia que pretende somente legitimar uma intervenção armada na Venezuela
Elaborado em 1947, o Tiar é um tratado de defesa mútua firmado entre países dos continentes americanos que prevê a “doutrina da segurança hemisférica” e garante que uma agressão contra algum de seus signatários represente um ataque contra todos, justificando uma ação conjunta contra o agressor.
Segundo o governo do presidente venezuelano Nicolás Maduro, o Tiar foi imposto pelos EUA durante o período da Guerra Fria e que seu propósito “foi legitimar intervenções militares na América Latina por razões ideológicas”. “É doloroso que países que foram invadidos por tropas estadunidenses e cujos povos foram massacrados na aplicação do Tiar hoje avalizam um crime semelhante contra um país irmão em uma sessão do Conselho Permanente da OEA”, afirma Caracas.
(*) Com teleSur.