O responsável pelo setor econômico do Vaticano, o cardeal australiano George Pell, revelou nesta sexta-feira (05/12) a existência de centenas de milhões de euros “escondidos” nas contas da Santa Sé.
O dinheiro encontrado não estava nos balanços finceiros da Igreja, que, em julho, anunciou uma operação de reestruturação após constatar déficit de € 24,4 milhões em 2013.
Agência Efe
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Em artigo publicado nesta sexta-feira (05/12) na revista britânica Catholic Herald, o cardeal afirma que “a situação é muito mais saudável do que parecia”, referindo-se ao rombo nas contas da Igreja Católica. “É importante assinalar que o Vaticano não está quebrado. A Santa Sé está pagando seus gastos”, escreveu George Pell, ao revelar a descoberta do dinheiro.
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Para explicar a origem do montante “escondido”, o cardeal afirmou que os departamentos do Vaticano vinham manejando suas finanças durante muito tempo “quase com carta branca”. Poucos destes setores, segundo Pell, se preocuparam em “relatar ao mundo exterior” o que ocorria nas transações — exceto quando pediam “ajuda adicional” em momentos de crise, ressalva o cardeal, ministro da Economia do Vaticano.
Reforma
Desde que o papa Francisco assumiu o pontificado, a reforma do IOR (Instituto para as Obras de Religião), nome oficial do banco comercial do Vaticano, alvo de diversas denúncias de corrupção e lavagem de dinheiro, é um de seus maiores desafios.
A partir de agora, todas as contas de clientes serão controladas e só poderão ser correntistas “as instituições católicas, os membros do clero, os empregados ou antigos empregados do Vaticano [para salários e aposentadorias], embaixadas e diplomatas acreditados na Santa Sé”.
O banco anunciou a suspensão de relações com mais de 3 mil clientes que entre outras irregularidades, eram indivíduos ou entidades laicas que não estão autorizadas a manter vínculo com este organismo.
De acordo com o comunicado emitido hoje, “a renovação dos trabalhos será realizada com o propósito de converter o banco em um organismo coerente com a missão de serviço cristão”.
O informe reporta que na primeira etapa das reformas, serão eliminadas as situações de risco e investimentos incorretos herdados de gestões anteriores e prepara uma segunda etapa, que incluirá sua reestruturação.