Atualizada às 19h04.
O governo venezuelano declarou “estado de emergência” do sistema de serviço elétrico do país pelos próximos 90 dias. De acordo com um decreto, publicado no boletim oficial do país, alguns territórios em situação crítica ficarão sob o status de “zonas de segurança” durante o período. O presidente Nicolás Maduro anunciou o decreto na noite desta segunda-feira (22/04), mencionando a “sabotagem elétrica” que afeta alguns Estados do país.
“Vamos a decretar amanhã o Sistema Elétrico como serviço de segurança da nação e chamamos a classe trabalhadora e a Força Armada a construir um novo sistema, começar do zero”, disse. De acordo com o decreto, a decisão foi tomada devido à necessidade de “adotar medidas extraordinárias” contra “fatores” que representam riscos para a estabilidade do país, como “planos de sabotagem das instalações destinadas à prestação do serviço”. O aumento da demanda observado nos últimos anos também foi mencionado no texto.
O novo ministro venezuelano de Energia Elétrica, Jesse Chacón, afirmou nesta terça-feira (23/04) que o decreto permite a aceleração dos trabalhos da companhia energética do país e garante que não haja interrupções na provisão de eletricidade. Segundo ele, a provisão de energia a venezuelanos que nunca tiveram acesso à eletricidade resultou no aumento significativo da demanda. “Isso converte a Venezuela no país da América Latina com o maior consumo per capita de energia elétrica”, afirmou.
Chacón também enumerou os delineamentos para o sistema elétrico, como estabilização da geração, transmissão e distribuição, redução do consumo, uso de fontes alternativa de energia e fomento de produção nacional de insumos industrializados para o desenvolvimento do sistema.
Wilmer Barrientos, chefe do Comando Estratégico Operacional da FANB (Força Armada Nacional Bolivariana), que atua no resguardo do sistema, afirmou que a intencionalidade das sabotagens elétricas é enfraquecer a economia e gerar insatisfação entre os venezuelanos. “Cumpriremos o que a Constituição estabelece, nossa missão é colaborar e contribuir com o desenvolvimento do país”, afirmou, complementando que “a questão elétrica é uma questão de segurança nacional”.
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