O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, denunciou nesta quinta-feira (09/01) a emissão de um documento dos Estados Unidos que tinha como plano interferir nas eleições do país.
Arreaza afirmou ter conhecimento de um documento não oficial emitido em 17 de dezembro pelo governo norte-americano à comunidade internacional intitulado: “Os Estados Unidos requerem apoio para as eleições da Assembleia Nacional do ano de 2020 na Venezuela”.
“Queremos denunciar as estratégias intervencionistas do governo dos Estados Unidos contra a soberania e a vontade do povo venezuelano [..] o documento está direcionado a interferir nos processos administrativos, políticos e soberanos do nosso país nas eleições da Assembleia Nacional deste ano”, disse.
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O ministro afirmou que junto ao material havia uma nota diplomática com etapas de como deveriam ser realizadas as eleições no país e convidava os países a assinar o documento. De acordo com Arreaza, a coleta de assinaturas ocorreria em 2 de janeiro, três dias antes de acontecer a eleição da nova gestão da Assembleia Nacional.
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Jorge Arreaza denunciou intervenções norte-americanas no processo eleitoral da Venezuela
Segundo Arreaza, os EUA “insistem” em usar a “força” para mudar o governo venezuelano e convocar eleições “sob seus critérios”. O ministro ainda afirmou que o documento do “Império norte-americano” é um “disparate que não faz nenhum sentido” e que “nenhum governo sério assinaria” a declaração.
“Eles falam de um governo de transição, isto é, insistem na mudança de governo pela força, para convocar eleições sob seus critérios, sob seus padrões, sob seu controle. E isso na Venezuela não ocorrerá, pois somos soberanos nas decisões sobre o nosso país”, afirmou o ministro.
Arreaza ainda disse que os Estados Unidos “reconhecem os impactos que têm suas medidas, e pretendem que os países que respeitam o Direito Internacional os apoiem”.
Por fim, o chanceler venezuelano rechaçou as sanções impostas por Washington sobre a Venezuela e disse que o país norte-americano quer “atribuir processos de diálogo” por meio de “bloqueios e sanções econômicas”, mas recordou que o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, foi “o primeiro a chamar para o diálogo”.