O Ministério Público da Venezuela disse na noite desta quinta-feira (21/03) que Roberto Marrero, chefe de Gabinete do autodeclarado presidente interino Juan Guaidó, foi detido por ser a “cabeça de uma célula terrorista” que planejava assassinatos seletivos. Além disso, o órgão afirmou que investiga uma suposta participação de Marrero no atentado contra o presidente Nicolás Maduro, ocorrido em 4 de agosto do ano passado.
“[Roberto] Marrero Rojas se encontra investigado por sua suposta vinculação com delitos que implicam a violação da ordem constitucional e a promoção do terrorismo, incluindo o intento de magnicídio do chefe de Estado [Maduro]”, afirma o Ministério Público.
“O Estado venezuelano garante que, no presente caso, serão respeitados todos os direitos constitucionais que assistem ao imputado, em concordância com o ordenamento jurídico internacional”, disse o MP, em nota.
Mais cedo, o ministro de Relações Interiores, Justiça e Paz, Néstor Reverol, havia anunciado a captura de Marrero e de seu guarda costas, Luis Alberto Páez Salazar, líderes de um susposto grupo terrorista que planejava assassinatos seletivos contra políticos, militares e magistrados do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ).
Marrero seria, segundo Reverol, “o responsável pela organização destes grupos criminosos” e foi detido com “um lote de armas de guerra e dinheiro em espécie em moedas estrangeiras durante uma apreensão realizada em sua residência nesta madrugada em companhia do Ministério Público”.
Maduro
Por sua vez, o presidente Maduro disse que esta suposta “célula terrorista” teria como principais objetivos atacar quarteis militares, hospitais e serviços públicos, como as estações do metrô de Caracas.
“Os tribunais da República deram a ordem de captura de um grupo terrorista que conspirava para trazer mercenários da Colômbia e da América Central para atacar o país”, afirmou. “Estamos em pleno processo para desmembrar, desmantelar e entregar à Justiça todo o grupo terrorista.”
Prisão
A prisão de Marrero foi anunciada por Guaidó, pelo Twitter. Ele chamou as detenções de “sequestro”. “Desde as 2h24, funcionários do Sebin assediam as casas do deputado e chefe de bancada da VP, Sergio Vergara, e do chefe do meu gabinete, o advogado Roberto Marrero, mantidos sequestrados no local”, escreveu.
AVN
Imagem divulgada pelo MP venezuelano mostra a captura de Marrero e de seu guarda-costas