O chanceler da Venezuela, Yvan Gil, anunciou nesta quinta-feira (15/02) a decisão do governo de “suspender as atividades” do escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas no país, e ordenou a saída de seus funcionários.
A medida foi tomada, segundo o ministro de Relações Exteriores, devido a um suposto “papel inapropriado que esta instituição vem desenvolvendo no país nos últimos anos”.
De acordo com Caracas, o escritório do Alto Comissariado “vem sendo utilizado como caixa de ressonância a nível internacional de grupos que atuam para manter um discurso de ódio contra o governo e o povo venezuelanos”.
“Longe de ter una atitude imparcial, (o Alto Comissariado) se tornou uma espécie de comitê particular dos grupos golpistas e terroristas, que conspiram permanente contra a Venezuela”, acrescenta o comunicado que anunciou a medida.
O chefe da diplomacia venezuelana informou que nos próximos 30 dias haverá uma revisão integral dos termos de cooperação técnica descritos na Carta de Entendimento assinada com o referido escritório.
Ministério de Relações Exteriores da Venezuela
Chanceler Yván Gil questionou papel desempenhado por agência da ONU no país, nos últimos anos
Caracas também solicitou que os trabalhadores da agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU) devem abandonar o país nas próximas 72 horas.
#Comunicado Venezuela anuncia su decisión de suspender las actividades de la Oficina Técnica de Asesoría del Alto Comisionado de Naciones Unidas para los Derechos Humanos en Venezuela y realizar una revisión integral de los términos de cooperación técnica descritos en la Carta de… pic.twitter.com/6OUb85cCIf
— Yvan Gil (@yvangil) February 15, 2024
A decisão foi anunciada em transmissão ao vivo pelo chanceler venezuelano, que reclamou de uma suposta tentativa da agência da ONU em “defender a impunidade” de pessoas envolvidas em tentativas de assassinato, golpes de Estado, conspirações e outros episódios ocorridos no país na última década.
Ao finalizar, Gil afirmou que as instituições venezuelanas “têm agido com paciência diante desta forma de atuação e, através do diálogo, têm repetidamente tentado redirecionar o trabalho deste gabinete para o respeito pela verdade e pela legalidade internacional”.