Milhares de venezuelanos foram às ruas do país nesta terça-feira (12/02) para celebrar o Dia da Juventude, manifestar apoio ao presidente Nicolás Maduro e rechaçar a tentativa de golpe de Estado no país.
Em Caracas, capital da Venezuela, jovens estudantes, trabalhadores, membros de conselhos comunais de vários estados, estiveram à frente da marcha que comemora os 205 anos da Batalha da Vitoria, feito histórico durante a guerra de independência do país.
Oscar Martínez, dirigente da Juventude do Partido Socialista Unificado da Venezuela (PSUV) do estado de Guárico, saiu de sua cidade natal com três horas de antecedência para estar na concentração da manifestação que começou na Praça Morelos, às 9 horas.
“Somos um pilar fundamental da Revolução Bolivariana, a vanguarda que está conscientizada a romper com as barreiras que nos impuseram este império norte-americano”, afirma o jovem dirigente.
Segundo Martínez, “nós, os venezuelanos, não queremos uma intervenção, nós estamos com Maduro em defesa da nossa soberania, em defesa de nossa democracia, e da participação cidadã”.
Para Janoi Rosas, secretária-geral da juventude do Partido Comunista da Venezuela (PCV), as manifestações pelo Dia da Juventude por todo o país reforçam o sentimento anti-imperialista da Venezuela.
“Nesta mobilização nacional, ratificamos o caráter anti-imperialista e revolucionário pelo qual nós militamos, e mandamos uma mensagem ao imperialismo norte-americano e europeu, que hoje, há 205 anos, um povo derrotou as forças realistas para conquistar sua liberdade, e nós não iremos recuar”, disse Rosas.
Estudante de medicina do 3º ano pela Universidade Nacional Romulo Gallegos, Darwin Marios faz parte da Federação Venezuelana de Estudantes Universitários (FVEU) e acredita que a juventude unida irá barrar a tentativa de golpe de Estado no país.
“Nós, estudantes, estamos nos formando para construir o futuro de nossa pátria. O golpismo não poderá nos deter. Somos gente de paz e estamos sendo assediados pelo império norte-americano. Mas estamos de pé, lutando, e o golpismo não entrará em nossas salas de aula nem tomará o país”, disse o universitário.
A manifestação, que seguiu pela Av. Universidad até alcançar a Praça Bolívar, também contou com trabalhadores de diversos setores como os funcionários da SENIAT, receita federal da Venezuela, trabalhadores do Aeroporto Internacional de Maiquetía, motociclistas ligados a missão de Transportes do governo, professores, entre outras categorias.
Oposição
Do lado oeste da capital venezuelana, manifestantes opositores ao governo atenderam a um chamado do partido de direita Vontade Popular e se concentram próximo à estação de metrô Chacao, por volta das 11 horas.
O deputado Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino da Venezuela, discursou para os presentes e falou sobre a chamada ajuda humanitária que está pedindo ao país.
“Temos muito a fazer para nos mobilizar e fazer entrar a ajuda humanitária”, disse Guaidó.
O deputado do Vontade Popular ainda destacou a quantidade de voluntários que se inscreveram para trabalhar com a ajuda humanitária, e os convocou para se mobilizar neste sábado (16/02) “para começar a distribuir os insumos”.
Lucas Estanislau
"Nós não iremos recuar", disse jovem do Partido Comunista da Venezuela