A guerra interna entre o crime organizado e o narcotráfico, aliada à ofensiva das forças federais, provocou ao menos 22 mortes violentas por dia nas últimas seis semanas no México. Apenas em 2009, foram quatro mil pessoas assassinadas, sendo grande parte delas mulheres e crianças atingidas acidentalmente.
O índice é recorde para o país. Para os especialistas ouvidos pelo jornal mexicano El Universal, a morte acidental de pessoas inocentes já é considerada uma conseqüência inevitável do tráfico de drogas e de outras atividades ilegais.
Leia mais:
Narcotráfico mexicano radicaliza confrontos e violência aumenta
O registro do primeiro milhar das mortes deste ano ocorreu em 51 dias; o segundo, em 59; o terceiro, em 58; e o quarto em apenas 44 dias – do dia 18 de junho a 31 de julho.
Nos primeiros sete meses de 2005, o número de mortes por execução, brigas e ataques foi de 810. No ano seguinte, passou a 1.147. Em 2007, subiu para 1.588 e, no ano passado, chegou a 2.422 – um aumento, portanto, de 65.19% em comparação ao mesmo período em 2008.
Desde o inicio do governo de Felipe Calderón, 12.480 pessoas foram executados em 915 dias, atingindo a média de pelo menos 13 mortes por dia. A causa são os enfrentamentos entre gangues rivais ou de pistoleiros contra as forças federais.
Leia mais:
Guerra contra o tráfico é 11 de Setembro mexicano, diz jornalista
O estado mais violento
Em 2009, Chihuahua lidera a lista dos estados mais violentos, seguido por Durango, Sinaloa, Guerrero e Michoacán.
Com o crescimento da violência, que teve início neste ano em paralelo à criação dos Operativos Conjuntos, planejados para frear a delinqüência, agravou-se também a crueldade com que as quadrilhas passaram a executar seus inimigos. A agressão a policiais e às suas famílias também se intensificou.
A mídia e a violência
A violência contra a imprensa também chegou ao nível máximo com o assassinato de 17 jornalistas nos últimos 18 meses, 12 deles em 2008 e cinco nesse ano, segundo a fundação Buendía.
Nos primeiros seis meses de 2009, foram 147 atos de agressão contra jornalistas e veículos de imprensa, entre eles cinco homicídios, seis processos, 32 ameaças e intimidações, 10 atentados, 46 agressões físicas e 14 detenções.
Do total de casos, 31,8% representaram agressões físicas, 21% corresponderam a ameaças e intimidações e 5,3%, assassinatos.
Em 2008, foram registrados 223 ataques contra a liberdade de expressão e informação, dos quais 85,1% foram agressões diretas contra jornalistas e o restante contra empresas de comunicação.
Em 2008 ocorreram 12 assassinatos, o maior número de homicídios de jornalistas nos últimos 15 anos no México.
NULL
NULL
NULL