A Coreia do Norte anunciou nesta quarta-feira (24/04) o envio de uma delegação de alto nível, vinculada ao Ministério das Relações Exteriores norte-coreano, para o Irã.
As informações foram divulgadas pela agência estatal de notícias do país, a KCNA, afirmando que o grupo chefiado pelo ministro do Comércio Internacional, Yun Jong Ho, saiu de Pyongyang no dia anterior (23/04).
“Uma delegação do Ministério das Relações Exteriores chefiada pelo camarada Yun Jong Ho, ministro do Comércio Internacional, partiu de Pyongyang de avião em 23 de abril para visitar o Irã”, diz o comunicado, sem fornecer mais detalhes.
Ativo nos crescentes intercâmbios do país com outras nações, Yun Jong Ho também liderou, no início deste mês, a visita de uma delegação de Moscou. E antes dos russos, chegou a trabalhar no fortalecimento de laços com as autoridades sírias. De acordo com o portal sul-coreano de notícias, Yon Hap News, é “incomum que um alto funcionário norte-coreano visite o Irã”.
Segundo o veículo, a última vez que se foi registrada a viagem de uma autoridade do gabinete de Kim Jong Un ao país persa foi em 2019. Na ocasião, o vice-presidente da Assembleia Popular Suprema, Park Chol Min, reuniu-se com o presidente do Parlamento iraniano para discutir a cooperação entre ambos os países
Como a Coreia do Norte e o Irã tradicionalmente compartilham de uma aliança diplomática, a mídia sul-coreana fala em “suspeitas persistentes” de que os dois lados usufruam de um acordo bélico, incluindo compartilhamento de mísseis balísticos e tecnologia nuclear.
A agência Yon Hap News também menciona que a saída da delegação norte-coreana é simbólica, uma vez que parte do contexto de que as duas nações têm “defendido ativamente” a Rússia em relação à guerra em curso na Ucrânia.
Nesse sentido, o governo sul-coreano interpreta a viagem como uma oportunidade para os aliados aprofundarem não somente a cooperação econômica, como também a militar no âmbito “pró-Rússia”.
Irmã de Kim Jong Un ameaça EUA e seus ‘fantoches sul-coreanos’
Ainda nesta quarta-feira, a irmã do líder norte-coreano, Kim Yo Jong garantiu publicamente que seguirá trabalhando no desenvolvimento “esmagador” das forças militares em prol da “soberania, segurança e paz regional”.
Segundo a vice-diretora do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, os exercícios militares realizados pelos Estados Unidos em cooperação com o que chamou de “fantoches sul-coreanos”, neste ano, estão alarmando a segurança regional.
“Se os Estados Unidos persistirem nos seus movimentos para ameaçar a segurança da Coreia do Norte, vangloriando-se da sua força ao reunir os seus fantoches, a segurança norte-americana e a de seus aliados ficarão expostas a um perigo maior. Os Estados Unidos deveriam parar de promover a bravura imprudente do seu servo de primeira classe, a Coreia do Sul”, disse a irmã do líder.
As declarações são dadas no contexto em que as forças de Washington e de Seul passaram a endurecer uma série de exercícios militares em conjunto, sob a prerrogativa de que se trata de uma prevenção contra as “ameaças militares da Coreia do Norte”.
De acordo com o exército sul-coreano, cerca de 100 aeronaves militares realizaram exercícios aéreos durante duas semanas em abril. Os treinamentos também envolveram exercícios espaciais contra possíveis ataques de interferência norte-coreana ao sistema de posicionamento global (GPS).