Não é correto afirmar que a vitória do “sim” no referendo de domingo (15) na Venezuela traz necessariamente a possibilidade do mandato ilimitado para o presidente e outros cargos eletivos, segundo o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia.
Após reunião entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Álvaro Uribe (Colômbia), hoje, em Brasília, Garcia disse aos jornalistas que Lula deve conversar com o venezuelano Hugo Chávez ainda hoje, por telefone, sobre o resultado da consulta popular.
“De qualquer maneira, não está colocado o mandato ilimitado, está colocada a possibilidade de ser candidato”, afirmou Garcia. A emenda constitucional aprovada garante ao presidente, governadores, prefeitos e deputados o direito de se candidatar à reeleição quantas vezes quiserem, e não de se reelegerem diretamente infinitas vezes.
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O assessor ressaltou que mesmo a oposição na Venezuela reconheceu que o referendo foi limpo, sem fraudes. “Portanto, todas as possibilidades que a oposição tem de derrotar o presidente Chávez estão colocadas em 2010 e em outras eleições”.
EUA reconhecem lisura
Para o governo de Barack Obama, o referendo venezuelano foi “democrático”. É a primeira vez que Washington felicita Caracas por alguma coisa depois de anos de contradições bilaterais e uma forte tensão com a administração de George W. Bush.
“Na sua imensa maioria, foi um processo consistente com a democracia”, comentou o porta-voz do Departamento de Estado, Gordon Duguid. No entanto, acrescentou, “houve alguns indícios preocupantes de intimidação”.
Mas quando lhe perguntaram se o resultado agradou aos Estados Unidos, Duguid respondeu que “isso diz respeito aos venezuelanos”.
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