O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou nesta quarta-feira (23/02) que dará uma “resposta forte” às sanções anunciadas pelos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia contra o país após o reconhecimento de repúblicas separatistas no leste ucraniano.
Segundo a chancelaria, a Rússia “está aberta à diplomacia com base no recíproco respeito, de igualdade e da consideração dos respectivos interesses”.
Os países ocidentais anunciaram sanções – consideradas o “primeiro pacote” de medidas contra Moscou – por conta do reconhecimento das áreas Donetsk e Lugansk como repúblicas independentes por Vladimir Putin na última segunda-feira (21/02).
Em resposta às medidas adotadas, o Kremlin afirmou que o “pacote” de restrições se enquadra nas “tentativas contínuas de Washington de mudar o curso da Rússia”. No entanto, o chanceler russo Sergey Lavrov disse que o país é capaz de minimizar os danos das sanções impostas.
“As sanções não terão nenhum impacto na determinação da Rússia em defender com firmeza seus interesses”, diz o comunicado que também prometeu dar uma “resposta forte, não necessariamente simétrica, mas ajustada e vulnerável para o lado norte-americano”.
Pacotes de sanções
As restrições de Washington foram feitas na segunda-feira, mesmo dia em que as regiões de Donbass foram reconhecidas como independentes por Moscou.
Jen Psaki, porta-voz da Casa Branca, anunciou que as primeiras sanções envolveriam a proibição de novos investimentos e atividades comerciais e financeiras dos norte-americanos em Donetsk e Lugansk.
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Segundo nota oficial, a Rússia "está aberta à diplomacia com base no recíproco respeito, de igualdade e da consideração de interesses"
Já as outras medidas contra a Rússia anunciadas pelo presidente norte-americano Joe Biden envolvem o bloqueio de duas instituições financeiras militares, a proibição de negociações com a dívida russa e a imposição de sanções a pessoas físicas. Tais medidas começam a valer a partir desta quarta-feira (23/02).
Por sua vez, a Alemanha suspendeu o acordo para a implementação do gasoduto russo Nord Stream 2, que passaria pelo território alemão até Berlim e dobraria o fornecimento de gás para a Europa.
A União Europeia também anunciou uma lista de sanções contra o governo russo nesta quarta-feira. As medidas europeias se concentram no âmbito econômico, introduzindo uma proibição setorial para financiar a Rússia e o Banco Central russo.
O primeiro-ministro britânico Boris Johnson anunciou que colocaria medidas restritivas a cinco bancos da Rússia e três indivíduos russos de alta renda. Acrescentado a isso, o órgão de regulação midiática do Reino Unido, Ofcom, notificou uma solicitação do governo britânico que a transmissão da agência de notícias russa fosse reconsiderada no país.
A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia alertou que “se o Reino Unido implementar ameaças contra a mídia russa, medidas de retaliação não demorarão a acontecer “
Venezuela e África do Sul manifestam apoio à Rússia
Os presidentes de Venezuela e África do Sul, Nicolás Maduro e Faustin-Archange Touadéra, respectivamente, manifestaram apoio à decisão da Rússia.
“Observamos os acontecimentos na Rússia e na Ucrânia, mas não só agora, vimos os EUA e a Otan quererem acabar com a Rússia militarmente, pará-la e acabar com este mundo multipolar. A Venezuela sempre estará com Putin e a Rússia. Todo o apoio ao presidente Putin, todo o apoio à Rússia”, expressou Maduro.
Por sua vez, o presidente sul-africano disse acreditar que o passo russo “sem dúvida salvará vidas e evitará muita violência”.
*Com Ansa, Sputnik e RT en español