A partida desta segunda-feira (21/11) entre os Estados Unidos e o País de Gales, na Copa do Mundo do Catar, fez história graças ao gol de Timothy Weah, que abriu o placar para os norte-americanos.
O jovem atacante foi o primeiro filho de um presidente em exercício a marcar um gol em uma Copa do Mundo, mas sua façanha não acaba aí: ele marcou o gol para os Estados Unidos, país onde nasceu, mas não para o país que é governado pelo seu pai, a Libéria.
O pai de Timothy é George Weah, atacante que jogou no Milan e no Paris Saint Germain, entre outros clubes, e que foi um dos melhores jogadores do seu tempo, tanto que chegou a ser eleito o melhor futebolistas do mundo em 1995, em prêmio entregue pela Federação Internacional de Futebol Associado (FIFA).
No entanto, como a Libéria nunca disputou uma Copa do Mundo, George Weah não teve a chance de anotar um gol nesse torneio. Se o fizesse, seria o primeiro jogador que marca um gol numa Copa do Mundo e depois se torna presidente do seu país.
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George Weah acompanha seu filho Timothy Weah na assinatura de um contrato
Em 2017, o ex-jogador se elegeu presidente da Libéria, cargo que ocupa desde janeiro do ano seguinte. Na época, seu filho Timothy já atuava pelo Paris Saint Germain, repetindo os passos do pai – atualmente, ele joga pelo Lille, outra equipe da França.
Outra curiosidade do caso é que a Libéria e os Estados Unidos têm uma história em comum. O país africano foi praticamente inventado pela Sociedade Americana de Colonização, com o objetivo de levar para a África os negros livres ou que haviam sido libertos da escravatura.
Contudo, essa iniciativa norte-americana não era motivada pela promoção da liberdade: os idealizadores dessa medida, Robert Finley e James Monroe, acreditavam que os negros não deveriam ser integrados à sociedade do seu país, e criaram um programa de regresso à África como uma solução para evitar o que consideravam “perigos” da presença dos negros nos Estados Unidos, como o casamento interracial ou o aumento da criminalidade.
Em 1847, Finley proclamou a independência da Libéria, tornando-a o primeiro estado independente do continente africano.