Menos de um mês antes do segundo turno das eleições presidenciais no Peru, o site Wikeleaks divulgou despachos diplomáticos que denunciam planos do partido direitista Força 2011, de Keiko Fujimori, para possibilitar o retorno de seu pai, Alberto Fujimori, ao poder, e vínculos entre o persidente da Venezuela, Hugo Chávez, e a primeira campanha presidencial de Ollanta Humala.
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No sábado (14/05) o jornal peruano El Comercio publicou despachos datados de 2005 e 2006 em que Fernán Altuve, Martha Chávez e Jaime Yoshiyama, membros da velha guarda fujimorista e que atualmente trabalham na campanha de Keiko, relatam estratégias à embaixada dos Estados Unidos no Peru para que Alberto voltasse a comandar o país.
A ideia era driblar a justiça peruana para que Alberto pudesse se candidatar em 2006 apesar da determinação do Congresso que o proibe de exercer qualquer cargo público no período de dez anos.
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Entretanto, o plano sofreu uma mudança em novembro de 2005, quando Alberto enfrentaria um processo de extradição no Chile e, caso fosse extraditado seria julgado por crimes contra os direitos humanos e corrupção no Peru.
Diante da nova situação, outro despacho, datado de dezembro de 2005, revela que o irmão de Alberto, Santiago Fujimori, que é ex-congressista, e Yoshiyama, que era candidato a vice-presidência do partido Força 2011, reuniram-se com membros da embaixada norte-americana para expor a intenção de apresentar dois partidos distintos para as candidaturas à presidência em 2006. Enquanto um deles seria liderado pelo ex-presidente, já que os fujimoristas acreditavam que Alberto seria libertado em breve, o outro seria liderado pela congresista Martha Chávez. Alberto, porém, foi extraditado, julgado e condenado, em 2009, a 25 anos de prisão.
Questionada sobre os documentos, Keiko confirmou que na época os apoiadores do fujimorismo realmente tinham a intenção de que seu pai se candidatasse às eleições presidenciais, mas negou as informações divulgadas de que Altuve e Yoshiyama realizassem reuniões com representantes da embaixada dos EUA.
Já em relação a Humala, os despachos mostram possíveis vínculos do candidato com o presidente da Venezuela em 2006, já que um ano antes funcionários da embaixada e o especialista em narcotráfico Jaime Antezana conversaram sobre uma pesquisa de intenção de voto financiada pelo governo venezuelano para saber a popularidade de Humala no cenário pré-eleitoral.
Na ocasião, segundo outro despacho, o embaixador James Curtis Strubble conta a Antezana que o movimento cocalero apoia Humala.
O candidato a Presidência do Peru, por sua vez, disse que os despachos relevados expressam apenas “opiniões e preferências políticas” e não vínculos, garantindo que não erceeu dinheiro venezuelano na camapnha de 2006.
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