O ex-presidente do Zimbábue, Robert Mugabe, afirmou neste domingo (29/07) que renunciou ao cargo de presidente para “evitar um banho de sangue”. Trata-se da primeira entrevista concedida pelo ex-mandatário desde sua renúncia, em novembro de 2017.
“Renunciei para evitar um banho de sangue e um conflito entre Exército e população”, afirmou Mugabe, durante uma entrevista coletiva. Dias antes de sua renúncia, o Zimbábue passava por uma intervenção militar, na qual ele e sua família – incluindo a então primeira-dama Grace Mugabe – foram mantidos em custódia.
A queda foi apoiada pelo próprio partido do ex-presidente, a União Nacional Africana do Zimbábue-Frente Patriótica (Zanu-PF), em meio a uma disputa interna: a ala guiada por Emmerson Mnangagwa, então vice-presidente, acusava Mugabe de tentar passar o poder para sua esposa, e de fazer um expurgo no governo.
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Após a derrubada de Mugabe, Mnangagwa tomou posse e convocou eleições. Agora, seu principal rival é Nelson Chamisa, do Movimento pela Mudança Democrática-Tsvangirai (MDC-T). “Quem quer que vença, desejamos o bem e aceitaremos o resultado”, disse Mugabe, acrescentando, contudo, que não votará naqueles que “tomaram o poder ilegalmente”.
O ex-mandatário governou o Zimbábue desde sua independência do Reino Unido, em 1980, e chegou a ser o presidente mais longevo do mundo.
(*) Com Ansa