No filme Blade Runner, de 1982, o caçador de androides perseguia replicantes, como eram chamados os robôs que aparentavam serem pessoas comuns. Como reconhecer um replicante? Simples. Apesar de aparência idêntica aos seres humanos, esses robôs possuíam forte instabilidade emocional e pouca empatia. É dessa forma, também, que um novo sistema criado nos EUA pretende distinguir humanos e máquinas para fornecer maior segurança nos sites de internet.
O Captcha é um sistema de teste usado quando entra-se em certos sítios e contas na internet e seu objetivo é evitar que programas maliciosos invadam tais sites. Segundo reportagem da New Statesman, o ReCAPTCHA foi o primeiro Captcha socialmente benéfico. Através de palavras provenientes de textos antigos que não poderiam ser lidas por computadores, o sistema conseguia diferenciar humanos e máquinas e, além disso, as pessoas ajudavam na transcrição de livros escaneados, apesar de muitas não saberem exatamente que, ao digitar uma palavra, estavam também trabalhando voluntariamente. O sistema obteve grande êxito e tem mais de 100 milhões de acessos diários. Entretanto, a oferta de palavras a serem facilmente transcritas está reduzindo cada vez mais.
Uma alternativa ao ReCaptcha surgiu recentemente e se chama The Civil Rights Captcha. Segundo, ainda, a New Statesman, o objetivo do programa, além da proteção aos sites, é aumentar a consciência das pessoas sobre importantes questões sociais: o sistema gera uma pergunta relacionada à direitos humanos e você deve escolher a melhor opção dada para a resposta. As respostas, que são geradas aleatoriamente e utilizam as mesmas palavras escaneadas do programa ReCaptcha, descrevem emoções positivas e negativas. A resposta correta, que permite ao usuário acessar o sítio que deseja, é aquela que demonstra compaixão e empatia.
“Em Kosovo, pessoas são torturadas na prisão. Como você se sente em relação a isso? Muito mal, feliz ou sublime?”. Se você optou pela primeira opção, parabéns, você não é um replicante. Ou melhor, você é humano.
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