Desde os anos 60, os cultivos de cannabis se expandem nos bosques que cobrem as colinas californianas. Já consolidado como um negócio gigantesco e nem um pouco equitativo, jovens argentinos viajam dispostos a realizar um trabalho desafiante, com o único objetivo de trazer uma grande quantidade de dólares frescos. Esta é a história de um mercado que, em breve, terá sua instalação completa na Argentina, junto com uma inusual mão de obra nômade.
O maior mercado legal de cannabis funciona protegido por mais de 500 quilômetros de costa virgem e bosques frondosos. As cepas mais famosas são produzidas no Triângulo de Emerald, um polígono imperfeito ao norte da California, formado pelos condados de Humboldt, Trinity e Mendocino.
Os trabalhadores “andorinhas” (como são chamados por lá os temporários que “voam” de acordo com as datas das colheitas) não se interessam tanto pela maconha, mas sim pelos dólares pagos em dinheiro vivo. Se a temporada rede uma boa safra, em poucos meses é possível juntar uma renda equivalente a vários anos de trabalho. “O trabalho mais fácil é o de ‘trimmer’”, conta Mateo, de 41 anos. A palavra “trim” em inglês significa cortar, e o “trimmer” é aquele que corta o talo das milhares de reproduções da cannabis. Não é a folha que produz o efeito psicoativo, mas sim o gomo, o produto reduzido ao seu peso líquido para ser vendido no mercado. Pedro, de 31 anos, explica que “é o trabalho menos físico, mas que te permite ganhar mais dinheiro, porque não se paga por hora e sim por produção”. Malena, de 34 anos, acrescenta: “ainda assim, é uma rotina que faz você se sentir como um operário chinês em uma fábrica de bonecas”.
Os trimmers trabalham ilegalmente. Apesar de muitos proprietários utilizarem trabalho regulado desde 2018, também recorrem ao setor informal para cortar a cannabis.
Em 2021, Mateo aceitou uma aposentadoria voluntária na corporação para a qual trabalhou por 10 anos e voou até a California por recomendação de uma amiga. Em São Francisco, comprou um carro de US$ 3,2 mil e iniciou uma viagem ao norte do estado, sem rumo fixo. Formava parte de um grupo de Telegram onde a informação se acumula caoticamente: venda de carros, licenças de motorista falsas, negócios com drogas. Uma pessoa pergunta sobre quanto está o câmbio em dólares na Western Union e a outra responde oferecendo um tour por São Francisco. Lá, também circula uma lista ilegal de proprietários de fazendas de cannabis que são violentos ou que não pagam ao final do trabalho.
“Na primeira fazenda em que trabalhamos havia uma casa caindo aos pedaços, mas não tinha lugar pra dormir, então nos acomodávamos no carro. Na primeira noite, o proprietário apareceu furioso, falando com outros trabalhadores. Começou a entrar num clima de caos, correria, socos”, conta Mateo. Pouco depois, chegaram pessoas em quadriciclo avisando que havia fogo nos arredores. No alto da montanha, se via um resplendor laranja. A vitória de ter conseguido trabalho durou pouco. Os trabalhadores andorinha às vezes têm sorte, às vezes não tanto. A julgar pela velocidade com que essa lista que circula no grupo de Telegram é atualizada, os casos de violência são esporádicos nos dias atuais, provavelmente graças ao processo de legalização. Mas as irregularidades no pagamento são mais frequentes.
“A polícia só controla as etiquetas de qualidade das plantas exigidas pelo governo”, explica Mateo, que trabalhou dois meses e meio sem saber se iriam pagar pelo seu trabalho. “Alguns dos rapazes que estavam ali tinham até US$ 12 mil em pagamentos atrasados. Os proprietários jogam com essa situação, dizendo que “se não estamos podendo vender, não vamos poder pagar”.
Após a fuga da primeira propriedade devido ao incêndio, Mateo e sua amiga conseguiram trabalho em um fazendo prestes a ser legalizada. Rodeados de moscas e abelhas, enfurnados em um galpão sem janelas, eles trabalharam 10 horas por dia, recebendo US$ 100 a cada libra produzida. Tinham camas e duas geladeiras com comida à disposição, mas não era fácil. “Com o tempo, você começa a sentir dor nas costas e na cabeça, de tanto olhar pra baixo. Minha amiga, que não era tão rápida e não estava conseguindo fazer muito dinheiro, teve vários momentos de colapso”.
Corrida verde
Para compreender um dos setores mais frutíferos da economia da Califórnia, o sexto mais poderoso do mundo, é necessário voltar às suas origens: o movimento “Back to the Land” (ou “de volta ao campo”, em tradução livre). Enquanto o Vale do Silício se consolidava ao sul de São Francisco, pequenas comunidades que viviam da terra foram criadas ao norte. O Triângulo de Emerald tornou-se, assim, o refúgio da contracultura nos anos 60. A maconha era um remédio contra os horrores da guerra e começaram a plantá-la para consumo pessoal. Após 10 anos acumulando conhecimento técnico, o produto ganhou reputação e começou a se expandir.
Nos anos 80, uma grande parte das importações de cannabis para os Estados Unidos foi substituída. Essa renda ilegal tenha se tornou fonte de financiamento para escolas, empresas, quartéis de bombeiros, centros comunitários e festivais, e também atraiu novos produtores que procuravam um produto que era vendido a US$ 2 mil no atacado. Foi o nascimento de um mercado clandestino que funcionou tranquilamente no anonimato da montanha.
Com a declaração de guerra às drogas durante o governo de Ronald Regan vieram tanques militares, helicópteros e a decapitação de mais de 1,2 milhão de plantas, que acabariam em fogueiras de cannabis na televisão. Durante os anos da Campanha Anti Plantação de Maconha (CAMP), o cultivo do produto se tornou tão difícil que seu valor saltou para US$ 4 mil o quilo.
Em 1983, a guerra seria contra os produtores. E quando alguns dos que promoveram aquele mercado decidiram deixar a região, muitos outros chegaram para enriquecer.
Somente depois de 1996, ano em que o uso medicinal foi legalizado na Califórnia, ocorreu a chamada “Corrida Verde”. Passou a ser permitido ter um máximo de 10 plantas. Mais tarde, passariam a ser 15, depois 20, embora isso não importasse muito na realidade, já que ninguém as controlava. Graças ao aval médico, os agricultores colocaram seus produtos no mercado recreativo – ainda ilegal – a preços que atingiram US$ 5,2 mil o quilo durante um extenso período, que terminou em 2017. As colheitas na área aumentaram consideravelmente e os agricultores não conseguiram dar conta da demanda, principalmente na época da colheita, quando precisavam de mãos para limpar os gomos, tarefa que rendia US$ 200 o quilo a um trabalhador.
Em 2021, quando Mateo viajou novamente para a Califórnia, as coisas haviam mudado. “Você ouve as pessoas dizendo que não estão recebendo e começa a se abater e a dizer ‘que diabos estou fazendo aqui, perdido nas montanhas’”. Três dias antes de retornar, porém, ele conseguiu receber US$ 6 mil, tudo pago em notas de US$ 20.
Latifúndios verdes
No dia 7 de novembro de 2017 foi aprovado o AUMA (Ato de Uso Adulto da Maconha) graças ao voto favorável de 57% dos californianos, dando início a uma nova era do mercado de cannabis, que deixou os consumidores eufóricos e os produtores preocupados. “Naquela altura já se sabia que toda a estrutura do projeto era um desastre”, diz Corinne Powell na cozinha da sua chácara na cidade de Mendocino. “Ainda assim, votei pelo ‘sim’, porque para mim maconha é remédio”. Corinne tem 74 anos e aos 25 anos foi diagnosticada com esclerose múltipla.
Na sua concepção original, a lei limitava as plantações um acre (cerca de meio hectare). A medida era provisória e pretendia dar aos pequenos produtores alguma vantagem, enquanto preenchiam formulários e investiam as suas poupanças na regularização dos seus negócios. Porém, dois meses antes da lei entrar em vigor, uma resolução de emergência eliminou a limitação de terras e deu origem a plantações colossais, que inundariam o mercado de cannabis.
Algumas das grandes corporações envolvidas com o lobby da cannabis são FLRish, Weedmaps, Privateer Holdings, Cannacraft Inc, Eaze Solutions Inc e Harborside Health Center. Essas corporações são, em termos gerais, empresas fundadas com capital de risco que vão desde a “linha oficial de Bob Marley” até uma das maiores cadeias de vendas legais do país, incluindo laboratórios de cannabis medicinal e cultivadores em grande escala. Mas também há rumores de que as empresas carboníferas e até a própria Associação da Indústria de Cannabis da Califórnia (CCIA) também investiram milhões em campanhas publicitárias e incentivos aos legisladores.
A medida não só violou a determinação do Departamento de Impacto Ambiental como provocou uma explosão de oferta do produto, que teria influência decisiva na queda dos preços. Ross Gordon, diretor de políticas da Humboldt County Growers Alliance (HCGA), afirmou recentemente à mídia especializada MJBizDaily que está sendo produzido aproximadamente o dobro do que o mercado nacional pode consumir.
Mas o excesso de oferta não é a única causa do gargalo que estrangula o mercado em 2022. As limitações nas vendas também não ajudam. Apesar de seus dispensários chamativos, lojas que brilham com todos os tipos de produtos de cannabis e onde você só precisa se cadastrar na porta para acessá-los, a Califórnia está atrás de nove estados no número de lojas por pessoa e a atividade só é permitida em 39% dos o território. “A era da proibição não ficou para trás”, diz Michael Katz, diretor da Mendocino Cannabis Alliance. “A cannabis é regulamentada, mas não legalizada. Até que ela possa ser vendida como qualquer produto agrícola, estaremos em apuros”, acrescenta.
Quando Corinne iniciou o processo de regularização da sua exploração agrícola em 2017, ela já cultivava na área há dois anos e isso envolvia o processamento de inúmeras licenças e autorizações provisórias (que expiram em janeiro de 2023), que diferenciavam os tipos de negócios e até as plantações. Cada jurisdição poderia determinar as suas próprias limitações ambientais, zonais e de extensão, muitas delas em contradição com as federais.
Além do custo das licenças, foram agregados numerosos impostos sobre toda a cadeia de produção, desde a colheita até a venda. Estima-se que, atualmente, os impostos representem 47% do preço do produto. Grande parte desse custo é arcada pelos produtores legais. “Estou vivendo com minhas economias” diz Corinne resignada. “O sistema não está funcionando. Os agricultores não estão ganhando dinheiro, os distribuidores não estão conseguindo colocação de produtos e os revendedores estão amontoados nas únicas cidades onde eles podem ser vendidos”, reclama.
Estima-se que apenas 25% da maconha comprada nos Estados Unidos seja legal, e que esta temporada registrou uma queda de 17% nas vendas.
Corinne, depois de sete anos cultivando em Mendocino, está pensando em ir embora. “Acho que não vou conseguir pagar os trabalhadores este ano”. Ela procura alternativas, como vender os galhos inteiros congelados ou adquirir uma máquina podadora, mas nenhuma delas a convence, pois a forma como o gomo é apresentado diz muito sobre a qualidade da colheita.
Reality show
A excursão dos millenials argentinos de classe média em busca de sua pequena fortuna começou justamente no ano que ficou marcado como o começo do desastre no mercado de cannabis. Malena encontrou na aventura californiana uma forma de continuar financiando sua vida nômade. “A primeira experiência foi terrível. Tinha cinco chineses na fazenda trabalhando sem parar, a dona que parecia estar drogada o dia todo, violenta, com um namorado muito estranho também. Dormimos numa barraca dentro de outra barraca gigante. Quando chovia, tudo ficava molhado. Nem me lembro da cozinha, ela não existia. Fizemos a colheita e depois de cinco dias eles nos expulsaram”, relatou.
No primeiro ano, ela trabalhou por uma média de US$ 140 o quilo. A era de ouro da maconha ficou para trás: ela era vendida por menos no mercado e pagava-se menos pela tarefa de podá-la. Mas há outros fatores que parecem ter mais impacto nos rendimentos totais dos trabalhadores do que os salários que se pagam atualmente. A resistência é uma delas. “Sou meio manipulador, trabalhei muito”, diz Malena. Ela e o namorado trabalhavam 13 horas por dia em um galpão sem janelas. Se quisessem ir para a cidade, dependiam da vontade do dono da fazenda. O reality show do qual ninguém gostaria de participar, talvez porque todos o vivenciaram durante a pandemia. “Fiquei destruída, me senti fisicamente doente. Ganhei muito peso porque não estou acostumada a ficar tanto tempo sentada”, diz Malena, que é professora de ioga e dançarina.
Todos os trimmers entrevistados nesta reportagem concordam que a velocidade adquirida com a experiência também é crucial. Nas primeiras semanas, eles acham difícil ganhar mais de meio quilo por dia, mas com o tempo os mais habilidosos chegam aos 16.
Em 2017, Malena ganhou US$ 6 mil. Ela decidiu dar uma segunda chance à experiência e em 2018 faturou US$ 14 mil. Tinha mais experiência e trabalhava com mercadorias de melhor qualidade. “Alguns gomos não pesam nada e você leva o mesmo tempo para cortá-los. Além disso, tem uma certa quantidade de maconha que precisa produzir e se você não a alcançar… você vê todo mundo trabalhando sem parar e isso gera uma ansiedade tremenda”, contou.
Malena não fuma baseado. “Fumei quando era adolescente, mas depois parei. Depois comia algo com as mãos e me recuperava. No começo, eu não entendia o que estava acontecendo comigo, mas depois me dei conta: estou tocando na planta o dia todo, a resina fica grudada em tudo”. Após seis meses de permanência legal nos Estados Unidos, ela foi descansar algumas semanas no México e “ainda cheirava a baseado”.
Mãos de tesoura
O ano de 2020 é a única exceção à queda constante dos preços no atacado. O consumo aumentou graças ao trabalho remoto e aos inúmeros estímulos econômicos de Joe Biden, e a indústria foi declarada essencial para continuar operando. Foi um bom ano para os produtores de cannabis e, com metade dos voos suspensos no mundo, também para os trabalhadores andorinha que conseguiram chegar.
Antes da quarentena, Pedro viajava pela Argentina abrindo filiais de uma cervejaria de Mar del Plata. “De repente, fiquei trancado entre quatro paredes, sem um centavo, porque tinham cortado meu salário pela metade. Para mim, foi a oportunidade de mudar uma realidade que foi uma ruína”, lembrou. Em 2020, no início da pandemia da covid-19, ele desembarcou em Miami, em um aeroporto completamente deserto, e recebeu uma mensagem de um amigo confirmando que havia trabalho em Grass Valley. “A maconha estava com um bom preço, então os proprietários queriam vender logo. A certa altura chegamos a 30 trabalhadores, o que foi um problema porque só havia um banheiro, uma cozinha e no barracão onde dormíamos ficavam todos muito apertados”, comenta.
Durante quatro meses ele morou em uma floresta atravessada por riachos e rios congelados que derretiam. Havia muita água potável, mas não tinha eletricidade. Obviamente, também não havia wifi, mas Pedro pegou um chip de dados móveis, uma boa barraca e se acomodou debaixo de uma frondosa árvore. Como não tinham geladeira, comiam muito arroz, feijão e comida enlatada. Com o tempo, porém, adquiriu algumas habilidades: sabia que às quartas e domingos, uma igreja batista distribuía alimentos em bom estado que os supermercados tinham que descartar e se organizava com os trimmers para fazer compras comunitárias.
Os contratantes pagavam US$ 145 por quilo de maconha aparada. Em seis meses, ele conseguiu ganhar US$ 16 mil. A fazenda era ilegal e o deixava trabalhar nove horas por dia. Mas, no ano seguinte, ele trabalhou em uma das maiores fazendas legais de Humboldt. A libra estava sendo paga a um valor bem menor, os gomos eram premium e o armazém não fechava: “eu trabalhava todos os dias até o limite, chegava a 15, 17 horas por dia”, conta. A infraestrutura também era melhor. “Tínhamos até um chef que preparava todas as nossas refeições”. Nos últimos dois meses de 2020, Pedro tinha saído da poda para trabalhar na cozinha. Em 2021, ele ganhou a mesma quantia do ano anterior em um terço do tempo.
Final de guerra
“Quem está enchendo os bolsos é o Estado”, diz Michael Katz. Em 2020, a Califórnia arrecadou US$ 871 milhões em impostos sobre as vendas legais de maconha. Principalmente por razões econômicas, a guerra às drogas está prestes a ser erradicada nos Estados Unidos.
Na Argentina, estamos muito mais distantes, mas as últimas mudanças regulatórias deram um impulso ao processo de legalização. O Cadastro do Programa Cannabis (Reprocann), que teve início em 2021, conta com mais de 110 mil pessoas cadastradas e 55 mil aprovadas para o cultivo de maconha para fins medicinais. Em média e grande escala, o Ministério da Produção informa pelo menos 15 projetos públicos e privados em andamento. Contudo, os 5 milhões de pacientes medicinais cadastrados atualmente representam apenas 17,6% dos consumidores, e 82% fazem isso para fins recreativos. É aí que reside o grande potencial do mercado de cannabis. A legalização poderia traduzir-se em poupanças de mais de 40 milhões de dólares em casos de posse de drogas para uso pessoal e em grandes receitas fiscais.
Se aqueles que entendem de negócios já puseram fim à guerra mais custosa que alguma vez travaram, quanto tempo demorará um Estado falido como o argentino a dar um passo que neste momento se revelou inevitável?
As principais plantações de maconha no país são empresas públicas localizadas nas províncias de Jujuy e La Rioja. O Estado está investindo dinheiro para entrar no mercado, mas a Câmara Argentina de Cannabis considera isso uma loucura. Insistem na importância da presença do setor privado: pouparia ao Estado alguns milhões de dólares em investimentos e geraria emprego fora da sua órbita.
Porém, antes de tomar qualquer decisão precipitada, vale a pena dar uma olhada no caso californiano e entender o quanto o lobby da indústria pode fazer. Os pequenos produtores tentam encontrar soluções e para isso se abrigam sob o manto de fundações como a Mendocino Cannabis Alliance. “Identificamos que vender diretamente aos consumidores é a única oportunidade que os agricultores têm para sobreviver. Você sabe… no atacado, em toda a cadeia de suprimentos, eles ficam com cada vez menos. Se pudessem receber o valor total do seu produto, seria um rendimento decente”, afirma o diretor Michael Katz.
Em 2022, a poda custava US$ 60 por libra. A High Spirit Farm, fazenda onde Pedro trabalhava, mudou-se para o Oregon, estado vizinha à Califórnia. Mesmo as corporações desse tipo estão sendo estranguladas atualmente pelo mercado californiano, embora tenham definitivamente melhores condições de sobrevivência. Apesar de ainda ser atraente para quem sabe usar tesouras em alta velocidade, o Golden State perdeu um pouco do seu brilho para esses jovens da classe média alta da Argentina, que viajam em busca do sonho norte-americano.