Após a passagem do ciclone Idai por Moçambique, que também atingiu Zimbábue e Malaui, o presidente moçambicano, Filipe Nyusi, disse nesta segunda-feira (18/03) que o número de mortos poderá ser superior a mil, destacando que “o país vive um desastre humanitário de grandes proporções”.
“No momento, oficialmente, registramos 84 mortos, mas quando sobrevoamos a área esta manhã para entender o que aconteceu, tudo indica que poderemos registrar mais de mil mortes”, disse Nyusi em pronunciamento oficial na televisão.
O mandatário ainda afirmou que foram vistos corpos flutuando na água, em uma região que abriga mais de 100 mil pessoas. “Nossa prioridade é salvar vidas. Até o momento, mais de 400 pessoas foram salvas de áreas inundadas”, disse.
Segundo números divulgados pelas Nações Unidas, o ciclone, que atinge a região sudoeste do continente africano desde quinta-feira (14/03), já deixou mais de 200 mortos nos três países.
A Cruz Vermelha informou que mais de 90% da cidade da Beira, capital da província moçambicana de Sofala, ficou destruída após a passagem do ciclone Idai por Moçambique, o Zimbábue e Malaui. As Nações Unidas admitem que o número de vítimas pode aumentar nos próximos dias, uma vez que é previsto o agravamento das cheias causadas pela tempestade.
No Zimbábue, onde o governo já declarou estado de desastre nas regiões afetadas, o número de mortos passou de 64 para 89 nas últimas horas. No Malaui, os últimos dados indicam a morte de 56 pessoas.
Dados do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) mostram que a tempestade tropical afetou mais de 1,6 milhão de pessoas nos três países.
As autoridades alertam para o agravamento das cheias nos próximos dias, devido à continuação de chuva forte, à saturação dos solos e às descargas de barragens.
A cidade da Beira, uma das principais de Moçambique, continua sem eletricidade e comunicações e está, desde sábado (16/03), isolada por terra.
*Com Agência Brasil
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Ciclone destruiu 90% da cidade de Beira, em Moçambique