Um grupo de atletas do clube de futebol Galatasaray, de Istambul, anunciaram que vão doar seus salários de fevereiro para ajudar as vítimas da série de terremotos que têm afetado a Turquia nos últimos dias.
A doação foi confirmada pelo presidente do clube turno, Dursun Özbek, durante a reunião ordinária que decorreu esta quarta-feira (15/02). O dirigente disse que a iniciativa partiu dos próprios jogadores e que a maioria do elenco concordou em participar, mas não quis revelar nomes para não prejudicar aqueles que não aderiram.
“Foi uma linda iniciativa dos jogadores, que levaram uma delegação à última reunião do conselho do clube e disseram que todos ali abriam mão do seus salários deste mês para que esse dinheiro seja usado para ajudar as pessoas afetadas pelo terremoto. Um gesto dessa magnitude precisa ser destacado e reverenciado, pelo compromisso social que eles demonstraram”, relatou Özbek.
O presidente do Galatasaray também garantiu que os recursos arrecadados serão enviados a duas entidades locais, uma que está cuidando dos sobreviventes da catástrofe e outra que dá assistência a familiares das pouco mais de 36 mil vítimas fatais – somente na Turquia, as outras cerca de 6 mil mortes foram registradas na Síria, levando a um total de 42 mil mortes oficiais até agora, embora esse número ainda pode aumentar nos próximos dias.
O Conselho de Administração do Galatasaray, explicou que serão enviados também, por ação do clube, um total de 87 caminhões e 1,7 mil toneladas de ajuda humanitária, incluindo alimentos, roupas e artigos de primeira necessidade. Os produtos foram separados em caixas preparadas por voluntários da torcida organizada.
Twitter / Galatasaray
Doações enviadas pelo Galatasaray aos afetados pelo terremoto foram preparadas em caixar por dezenas de voluntários da torcida organizada
Para Özbek, a série de terremotos que a Turquia vem sofrendo desde o dia 6 de fevereiro configuram o “desastre do século” em seu país.
“Vivemos a dor deste desastre em casa, no nosso clube, no nosso local de trabalho. Neste período em que a comunicação está muito desenvolvida, nós assistimos tudo como se tivesse acontecido em nossas casas”, disse o dirigente.
Efetivamente, a catástrofe natural produziu um gigantesco número de mortes, não só pelo terremoto original ocorrido há 10 dias, com os primeiros dois movimentos de magnitude acima de sete graus, mas também porque, nos dias seguintes, foram registradas milhares de “réplicas”, como os especialistas chamam os sismos que acontecem como uma forma de “reflexo” do primeiro movimento telúrico.
Embora a maioria dessas réplicas sejam de baixa magnitude, algumas conseguem superar os cinco ou os seis graus, e até se aproximar da intensidade do movimento original – Existe na sismologia casos de réplicas que superaram a magnitude do terremoto original, mas não há evidências de que esse fenômeno tenha acontecido neste caso até o momento.