Quarta-feira, 16 de julho de 2025
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O processo do terrorista Brenton Tarrant, autor dos ataques contra as mesquitas de Christchurch, em março de 2019, terminou nesta quinta-feira (27/08) após três dias de audiências. O supremacista branco foi condenado à prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional, uma sentença sem precedentes na história judicial da Nova Zelândia.

“O pior assassinato da história da Nova Zelândia”. Foi assim que Mark Zarifeh, o procurador geral da Suprema Corte de Christchurch, qualificou Tarrant. O australiano, de 29 anos, foi condenado pelo assassinado de 51 pessoas, todas muçulmanas.

Ao proferir a sentença, o juiz Cameron Mandera se dirigiu ao condenado, afirmando que ele “não mostrou nenhuma piedade”. “Não há dúvidas de que você veio à Nova Zelândia para atacar a comunidade muçulmana”, disse ainda Mandera. O juiz concluiu o veredicto afirmando que “não há lugar neste país e em nenhum lugar do mundo para crimes como este”.

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A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, saudou a sentença. Ela declarou esperar que “esta seja a última vez” que o país tenha que “ouvir ou pronunciar o nome do terrorista (que) merece uma vida de silêncio absoluto”.

Premiê Jacinda Ardern saudou sentença, mas disse esperar que "esta seja a última vez" que o país tenha que "ouvir ou pronunciar o nome do terrorista (que) merece uma vida de silêncio absoluto"

Wikimedia Commons

Local onde Tennant foi julgado; ele foi condenado à prisão perpétua

Tarrant se manteve impassível durante as audiências e não reagiu após o anúncio da sentença. Ele já havia pedido a um advogado para informar que não se opunha ao pedido da Procuradoria da pena de prisão perpétua, sem possibilidade de liberdade condicional. Para o procurador Mark Zarifeh, a prisão perpétua era “a única condenação apropriada” para o massacre “motivado por uma ideologia racista e xenófoba enraizada”.

Troca de prisioneiros

A justiça neozelandesa se pergunta agora se vale a pena manter no país o detento que poderá custar milhões de dólares aos cofres públicos. Uma eventual troca com um prisioneiro australiano é levantada para que o autor do pior massacre da história da Nova Zelândia cumpra sua pena na Austrália, seu país de origem.

Em 15 de março de 2019, o supremacista branco matou a sangue frio 51 fiéis em duas mesquitas de Christchurch, cidade do sul da Nova Zelândia, durante as orações de sexta-feira, e transmitiu ao vivo o massacre pela internet, provocando uma onda de indignação no mundo.

Tarrant foi declarado culpado por 51 assassinatos, 40 tentativas de assassinato e por um ato terrorista, depois de se declarar culpado em março.