“Frequentes ataques militares [dos EUA] e duras sanções econômicas causaram um grande número de vítimas civis e privaram os sírios de seu sustento”, disse o Ministério das Relações Exteriores da China.
Através do seu Ministério de Relações Exteriores, a China expressou novamente nesta quinta-feira (09/02) suas críticas à política de dos Estados Unidos de impor sanções unilaterais a países que considera inimigos, mas desta vez abordando o caso específico da Síria, país que sofreu recentemente uma tragédia, com dois terremotos de forte magnitude em sequência, situação que causou milhares de mortes em diferentes cidades do país.
Segundo a porta-voz da chancelaria chinesa, Mao Ning, a política norte-americana de bloqueio à Síria atrapalha os esforços internacionais para envio de ajuda humanitária.
“Os terremotos devastadores, além dos anos de guerra e turbulência política, levaram a Síria a uma terrível crise humanitária, que precisa de ajuda internacional para socorres aquelas pessoas que estão sofrendo neste momento”, comentou a porta-voz.
Ning também lembro que “os frequentes ataques militares [norte-americanos] foram uma das causas da situação atual que o país vive, além das duras sanções econômicas, que tiraram os meios de subsistência dos sírios. Essas sanções são ainda mais cruéis em um momento como o atual”.
A representante da diplomacia chinesa instou Washington a rever sua política para com a Síria neste momento. “Diante de uma catástrofe dessa natureza, os Estados Unidos devem deixar de lado suas obsessões geopolíticas, suspender imediatamente as sanções unilaterais contra a Síria, para abrir as portas à ajuda humanitária”, enfatizou.
Xinhua
Porta-voz das relações exteriores da China, Mao Ning instou os Estados Unidos a permitir o envio de ajuda humanitária à China
Pedidos semelhantes
As queixas contra a postura norte-americana para com Damasco não vieram somente de Pequim. Na terça-feira (07/02), o chanceler da Venezuela, Yván Gil afirmou que “este é o momento de a comunidade internacional levantar sua voz para exigir o fim das sanções contra a Síria”.
Por parte da Organização das Nações Unidas (ONU), as críticas foram expressadas pelo coordenador de missões humanitárias, Jens Laerke: “sabemos que o terremoto afetou principalmente o Norte da Síria, onde muitos territórios estão em disputa entre governistas e diferentes grupos opositores. Este país sofreu onze anos de guerra, sua infraestrutura está danificada. Precisamos de uma atitude das autoridades que seja mais compreensiva com as necessidades dessas pessoas em um momento tão delicado”.
Alguns apelos vierem de centro dos Estados Unidos, como o do Comitê Árabe-Americano Anti-Discriminação. “O levantamento das sanções permitiria o envio de mais ajuda, um alívio que milhares de pessoas estão precisando urgentemente neste momento”, afirmou a entidade em um comunicado.
Ajuda só à Turquia
Não são muitos os países que enviaram ajuda tanto à Síria quanto à Turquia, os dois países afetados pelo terremoto. Entre eles estão Rússia, México, Venezuela e China, além de vários países árabes, como Egito, Líbano, Jordânia, Paquistão, Argélia e Tunísia.
No entanto, há um grupo grande de países que só enviou ajuda à Turquia. Nessa outra lista estão os Estados Unidos, Alemanha, Reino Unido, Grécia, Austrália, Canadá, Japão e também o Brasil, que enviou equipes de bombeiros de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais nesta quarta-feira (08/02).