A polícia espanhola realiza nesta terça-feira (28/05) uma operação contra a manipulação de resultados partidas de futebol, com diversos jogadores e ex-jogadores na mira, assim como dirigentes do clube Huesca. Onze pessoas estão detidas.
Segundo a polícia, operações foram feitas em pelo menos cinco cidades, entre elas, Madrid, La Corunha e Valladolid. Segundo o jornal El País, o ex-jogador do Real Madrid Raúl Bravo foi preso na manhã desta terça-feira (28/05) e é suspeito de liderar a organização criminosa que inclui jogadores do Valladolid e Getafe, além do presidente e o chefe do departamento médico do clube Huesca, penúltimo colocado da 1 divisão do campeonato.
As investigações apontam possíveis manipulações de resultados em “partidas da primeira e segunda divisões, na temporada passada e na atual”, afirmaram fontes policiais.
“Entre as partidas investigadas da primeira divisão estão várias do Real Valladolid”, clube presidido desde setembro pelo ex-jogador brasileiro Ronaldo Nazário.
Outros nomes citados são os de Carlos Aranda, que passou por diversos clubes da liga espanhola, Samuel Saiz, atleta do Leeds que disputou a última temporada pelo Getafe, e Iñigo López, atleta do Deportivo de La Coruña (segunda divisão).
“Organização criminosa”
Os investigadores consideram Raúl Bravo, de 38 anos e que jogou no Real Madrid na década passada, o líder da organização.
Também estão sendo investigados vários dirigentes do Huesca, incluindo seu presidente Agustín Lasaosa. O clube, rebaixado para a segunda divisão depois de passar uma temporada na primeira divisão, teria participado na manipulação de resultados quando ainda estava na divisão de acesso.
Todas as pessoas são investigadas por “organização criminosa, corrupção entre particulares e lavagem de dinheiro”.
A operação ainda está em curso e não foi possível confirmar quem já foi detido e quem devem ser nas próximas horas.
Grande quantia de dinheiro provocou suspeitas
De acordo com a imprensa espanhola, a partida que deu início à investigação foi Huesca-Nástic de Tarragona (0-1) da temporada 2017/2018. O Huesca já havia garantido a ascensão à principal divisão do futebol espanhol e o Nástic lutava para permanecer na segunda divisão.
A grande quantia de dinheiro apostada na partida provocou suspeitas.
“A operação vem de uma denúncia de LaLiga. Estamos trabalhando nisto há muito tempo”, afirmou o presidente da Liga, Javier Tebas, ao jornal Marca.
“Estamos há mais deu um ano com isto. Não podemos contar nada porque existe um sigilo de processo e a polícia está fazendo seu trabalho. Isto é muito doloroso porque afeta um clube que eu amo, mas o mais importante, o essencial, é acabar com a corrupção no futebol”, declarou Tebas, que foi presidente do Huesca nos anos 1990.
Outros casos
Outros casos de manipulação de partidas foram revelados no passado na Espanha, mas afetaram principalmente divisões inferiores.
No ano passado, 20 pessoas foram detidas pela suspeita de terem utilizado jogadores de clubes da terceira divisão para provocar situações como pênaltis ou escanteios, o que rendia muito dinheiro de apostas na China.
Em 2017, cinco pessoas ligadas ao Eldense, da terceira divisão, foram detidas após uma derrota considerada suspeita de 12-0 para o Barcelona B.
Wikicommons
Investigações apontam possíveis manipulações de resultados em ‘partidas da primeira e segunda divisões, na temporada passada e na atual’