Mais da metade da população russa enxerga positivamente a figura do antigo líder da União Soviética Josef Stalin, indicou uma pesquisa publicada pelo Centro Levada divulgada nesta terça-feira (16/04).
De acordo com a sondagem, 51% dos entrevistados veem Stalin positivamente, o que representa a maior taxa de aprovação desde o início da série, em 2001.
Dentro dessa cifra, o índice que mais cresceu, segundo a pesquisa, foi o “respeito” com o líder soviético, registrando um índice de 41%, 12 pontos percentuais a mais do que no ano passado.
6% dos entrevistados ainda reponderam que sentem simpatia pelo histórico membro do partido bolchevique, enquanto 4% afirmou sentir admiração por Stalin.
Por sua vez, a população que disse sentir raiva, medo ou nojo diminuiu três vezes em relação à pesquisa de 2018, marcando 14%.
Segundo a socióloga do Centro Levada, Karina Pipia, a população russa que enxerga Stalin de forma neutra ou negativa vem diminuindo. Segundo Pipia, entre os anos 2008 e 2014, prevalecia uma atitude neutra, demonstrando indiferença aos probelmas e qualidades do período stalinista (1922-1953).
Ainda de acordo com a socióloga, as mesmas tendências são observáveis com os méritos do antigo líder da URSS. “Se antes a população evitava expressar avaliações concretas ou achava difícil responder, agora as opiniões positivas sobre o líder são cada vez mais expressas ou apoiadas”, diz.
Pipia também afirma que as pesquisas indicam uma aprovação de Stalin maior que de outros antigos líderes soviéticos como Leonid Brejnev e Mikkail Gorbatchov.
Um dos coordenadores da pesquisa, Leonty Byzov, o alto índice de aprovação de Josef Stalin pode ser explicado pela politização da sociedade que levaria a avaliação mais radicais da história.
“A figura de Stalin começa a ser percebida como um símbolo de justiça e uma alternativa ao atual governo, que é avaliado como injusto, cruel e sem se importar com as pessoas. Além disso, Stalin é percebido na sociedade como um defensor dos oprimidos”, diz Byzov.
Wikicommons
"A figura de Stalin começa a ser percebida como um símbolo de justiça e uma alternativa ao atual governo", diz pesquisador