O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou nesta sexta-feira (09/06) a morte do “militante e intelectual valoroso” Wladimir Pomar, que faleceu nesta madrugada, aos 87 anos. 

Lula relembrou a atuação de Pomar para a militância brasileira dentro do Partido Comunista do Brasil e do Partidos dos Trabalhadores, destacando que o revolucionário “lutou pelas causas sociais durante toda a sua vida, enfrentando a ditadura e a repressão em diferentes momentos da história do Brasil”.

“[Wladimir Pomar] Foi da Executiva Nacional do PT, coordenou o Instituto Cajamar e minha primeira campanha presidencial, em 1989. Escreveu vários livros, em particular sobre o desenvolvimento da China, tema que estudou com afinco nos últimos anos de vida”, disse o presidente, 

Em nota, Lula declarou que, mesmo após perder o pai, Pedro Pomar, no Masssacre da Lapa, em 1976, o intelectual “nunca se deixou intimidar, nunca parou de militar, escrever e a atuar pelos seus ideais”. 

Segundo familiares, Pomar teve complicações resultantes de uma displasia. O intelectual deixa quatro bisnetos e três bisnetas, sete netos e quatro netas, três filhos e sua esposa Rachel.

Wladimir Ventura Torres Pomar nasceu em Belém do Pará, no ano de 1936. Em 1949, aos 13 anos, se tornou militante do Partido Comunista. Nos anos 1950, atuou nos movimentos estudantil e no sindical metalúrgico. Em 1962, participou do grupo que “reorganizou” o Partido Comunista do Brasil. 

Preso em 1964, por resistir ao golpe militar, Pomar viveu na clandestinidade até 1976, sendo novamente preso no chamado Massacre da Lapa. Saiu da cadeia em 1979, pouco antes da Anistia. 

Algum tempo depois, ingressou no Partido dos Trabalhadores, integrando a partir de 1984 a sua executiva nacional, como secretário de formação política. Em 1990, encerrou seu mandato no Diretório Nacional do PT e, desde então, não voltou a ocupar nenhum cargo na estrutura partidária

Wladimir Pomar escreveu diversos estudos e livros sobre a China, entre os quais O enigma chinês: capitalismo ou socialismoChina, o dragão do século XXIA revolução chinesa e China: desfazendo mitos. 

Leia a nota de Lula na íntegra:

“Wladimir Pomar foi um militante e um intelectual valoroso do Partido Comunista do Brasil e do Partido dos Trabalhadores. Lutou pelas causas sociais durante toda a sua vida, enfrentando a ditadura e a repressão em diferentes momentos da história do Brasil.

Perdeu o pai, Pedro Pomar, no Masssacre da Lapa, em 1976, e mesmo assim nunca se deixou intimidar, nunca parou de militar, escrever a atuar pelos seus ideais.

Foi da Executiva Nacional do PT, coordenou o Instituto Cajamar e minha primeira campanha presidencial, em 1989. Escreveu vários livros, em particular sobre o desenvolvimento da China, tema que estudou com afinco nos últimos anos de vida.

Aos seus companheiros, amigos, filhos, netos e bisnetos de Wladimir Pomar deixo meu abraço solidário pela perda desse amigo e companheiro.

Luiz Inácio Lula da Silva,
presidente da República”