O papa Francisco aceitou nesta sexta-feira (12/10) a
renúncia do arcebispo de Washington, cardeal Donald Wuerl, que é acusado de
acobertar crimes de pedofilia nos Estados Unidos.
Wuerl é citado em um relatório do Ministério Público da
Pensilvânia que diz que a Igreja Católica encobriu centenas de casos de
pedofilia no estado, envolvendo cerca de 300 religiosos suspeitos de crimes
sexuais e mais de mil vítimas.
Segundo o documento, o cardeal “contribuiu” para
combater abusos no clero, mas também permitiu que padres suspeitos de pedofilia
continuassem atuando, na época em que era arcebispo de Pittsburgh, na
Pensilvânia.
Além disso, Wuerl é citado na carta em que o ex-núncio
apostólico em Washington Carlo Maria Viganò acusa o papa Francisco de ter
ignorado denúncias contra o ex-cardeal Theodore McCarrick, seu antecessor na
arquidiocese da capital dos EUA.
Viganò diz que o arcebispo também se calou sobre o caso
McCarrick. Wuerl, 77, já havia enviado uma carta de renúncia por ter
ultrapassado o limite canônico de 75 anos de idade, mas decidiu colocar
novamente seu mandato nas mãos do papa por causa das denúncias. Ainda não se
sabe quem será seu sucessor.
“Reconheço em seu pedido o coração do pastor que,
ampliando seu olhar para reconhecer um bem maior que pode beneficiar a
totalidade do corpo, privilegia ações que apoiem, estimulem e façam crescer a
unidade e a missão da Igreja, além de qualquer tipo de divisão estéril semeada
pelo pai da mentira”, diz Francisco em uma carta a Wuerl.
No texto, o Papa ainda elogia a “nobreza” do
cardeal e pede que ele continue na arquidiocese de Washington até a nomeação de
seu sucessor.
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