Os dois terremotos ocorridos na segunda-feira (06/02), em uma região que inclui parte dos territórios de Síria e Turquia, levantaram alertas em outros países do mundo sobre a vulnerabilidade de suas construções para enfrentar casos semelhantes. Em seus grandes centros urbanos.
No caso do Peru, país que costuma ser afetados por fenômenos dessa natureza com alguma frequência, as perspectivas não são boas: o jornal local La República revelou nesta quinta-feira (09/02) um estudo do Centro Peruano Japonês de Investigações Sísmicas e Mitigação de Desastres (Cismid) mostrando que 70% das casas e edifícios da capital Lima não resistiria a um movimento telúrico de magnitude acima dos seis graus.
O estudo foi liderado pelo engenheiro peruano Miguel Estrada Mendoza, especialista em sismologia, junto com uma equipe de mais de 20 pesquisadores.
O Cismid é uma entidade criada em 1986, a partir de uma iniciativa conjunta entre os governos peruano e japonês para que cientistas dos dois países observassem os fenômenos sísmicos do país, com o objetivo de encontrar soluções para melhorar a estrutura peruana capazes de suportar terremotos.
Diego Delso / Wikimedia Commons
Centro de Lima possui edifícios que não resistiriam a um terremoto de grande magnitude, segundo estudiosos
A matéria conta que os estudiosos peruanos e japoneses que trabalharam nesse informe avaliaram mais de um milhão de construções na capital do país ao longe da última década, entre 2010 e 2019, e indicaram uma série de medidas que eles consideram que precisam ser adotadas de forma urgente.
“Lima possui quase 2 milhões de residências, entre casas, apartamentos e outros tipos de moradia, e pouco mais de 1,2 milhão são informais. Isso não significa que todas desabariam, mas muitas delas devem ser reforçadas para poder enfrentar situações como a que aconteceu na Turquia e na Síria”, comentou o engenheiro.
Estrada também alertou para o fato de que “a tipologia construtiva [das moradias em Lima] é bem parecida com a da Turquia”.
Os terremotos que atingiram o país euroasiático e seu vizinho árabe tiveram magnitude acima dos sete graus. Até o momento, já foram registradas mais de 17 mil vítimas fatais e cerca de 60 mil feridos.