No início desta semana, nove judeus hassídicos, membros de uma seita ultraortodoxa do judaísmo, com idades entre 19 e 21 anos, foram presos por associação criminosa e conduta imprudente, depois que a polícia nova-iorquina descobriu a construção de um túnel secreto sob a sede mundial da seita Chabad-Lubavitch, em Crown Heights, no Brooklyn.
O projeto dos religiosos consistia na contratação clandestina de trabalhadores imigrantes, em sua maioria mexicanos, com o objetivo de cumprir o “dever religioso” de expandir o local sagrado, como revelou o jornal norte-americano New York Post nesta quinta-feira (11/01).
De acordo com a reportagem, a iniciativa clandestina partiu por conta dos próprios jovens, que haviam sido renegados em sua comunidade. Seis membros do movimento Chabad-Lubavitch, uma das ramificações do hassidismo, começaram a cavar um túnel com 90 centímetros de altura, seis metros de largura e 15 metros de comprimento, apenas com ferramentas rudimentares.
Um dos membros da comunidade hassídica revelou ao jornal que, posteriormente, adolescentes e adultos por volta dos 20 anos passaram a contratar um grupo de trabalhadores mexicanos para que a operação pudesse ser concluída.
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Em operação secreta, imigrantes foram contratados para cavar túnel e expandir a sagrada sinagoga Chabad-Lubavitch
Os imigrantes que foram submetidos ao trabalho clandestino eram alimentados por esses membros da comunidade e dormiam em um prédio abandonado perto da sede mundial, no número 770 da Eastern Parkway. Segundo a reportagem, os trabalhadores mexicanos passaram três semanas no edifício.
De acordo com um rabino da seita que não quis ter a identidade revelada, os estudantes que participaram da operação são “fanáticos” e “fazem parte de um pequeno grupo extremista”. O religioso considerou ainda “um grande erro deixá-los entrar na comunidade”.
Segundo o New York Post, os adolescentes pretendiam cumprir uma “promessa religiosa” do Rabino Menachem Mendel Schneerson de Lubavitcher, uma figura messiânica para os membros mais extremistas da comunidade Chabad. Seis anos antes de sua morte, em 1988, o líder religioso teria falado na expansão da sinagoga da seita que, em troca, garantiria uma “redenção” a seus seguidores.